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A Megaestrada vai ligar Mato Grosso do Sul aos portos do Chile no oceano Pacífico passando pelo Chaco paraguaio e pela Argentina. Ponte da Bioceânica que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai
Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal
Durante o Seminário Internacional da Rota Biocêanica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceánico, foram anunciados alguns prazos previstos para a conclusão de construções que fazem parte da Megaestrada. Entre as datas previstas, está a conclusão da construção da ponte binacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Alto Paraguay), que deve ser concluída no primeiro trimestre de 2026, segundo o MOPC (Ministério das Obras Públicas e Comunicações) do Paraguai.
A travessia terá extensão de 1.294 metros, dividida em três partes: duas constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio; e uma corresponderá à parte estaiada, com 632 metros, com vão central de 350 metros.
A informação foi repassada durante a abertura do evento, na noite dessa terça-feira (18), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo.
A Rota Biocêanica vai ligar Mato Grosso do Sul aos portos do Chile no oceano Pacífico passando pelo Chaco paraguaio e pela Argentina.
“Se não tiver chuva, nós temos condições, já no final de 2026, inaugurar a alça, que é muito longa, uma obra de engenharia muito complexa, porque é suspensa. Se a chuva não permitir, início de 2027. Com isso já vem junto a alfândega e já falamos com o ministro da Justiça sobre a segurança de fronteira. Isso vai trazer muita riqueza, não só para Mato Grosso do Sul e o Brasil, mas para os países vizinhos”, declarou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
No lado paraguaio, as obras de pavimentação de 225 quilômetros da parte final da PY-15, conhecida como Picada 500, entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, devem ser concluídas junto com a ponte, em 2026. O projeto compreende, além do asfalto na rodovia, a construção e instalação do Centro de Controle de Fronteira em Pozo Hondo, dois postos de pesagem e pedágios.
Outro trecho que falta asfaltar na Rota Bioceânica é o de pouco mais de 20 quilômetros na Argentina, logo após a fronteira com o Paraguai em Misión La Paz. Ao Primeira Página, a presidente-executiva do Fonplata – Banco de Desenvolvimento, Luciana Botafogo, afirmou que isso ainda está em negociação com o governo argentino.
“Se tudo der certo, vamos aprovar o projeto em junho deste ano. A gente precisa fazer essa negociação, mas existe essa vontade, tanto da província de Salta quanto do governo argentino. Começando este ano, são de três a quatro anos de obra. Aí completa o trecho todo”, garantiu Luciana Botafogo.
A presidente do banco de desenvolvimento das cinco nações da Bacia do Prata destacou também que a segunda ponte sobre o rio Pilcomayo – entre Pozo Hondo (Paraguai) e Misión La Paz (Argentina) está em fase de projeto executivo.
O seminário
Seminário Internacional da Rota Biocêanica.
Reprodução
O Seminário Internacional da Rota Bioceânica em Campo Grande, que segue até quinta-feira (20), reúne autoridades e participantes do Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e outros países. No discurso durante a abertura, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, declarou que os países terão desafios muito grandes pela frente.
“Foi dito que a integração física era o primeiro passo, e que a integração digital é fundamental. Mas a fluidez dessa rota no mesmo nível que as relações estão se estabelecendo, de fraternidade e aprendizado uns com os outros, é um desafio para as nossas diplomacias”, afirmou o chefe do Executivo sul-mato-grossense.
Vantagem competitiva do corredor
Rota Bioceânica deve provocar aumento da movimentação de cargas na megaestrada que liga o Brasil ao Chile
Anderson Viegas/g1 MS
A megaestrada, segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia, via portos chilenos de Iquique, Antofagasta e Mejillones. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir o tempo em 23%, cerca de 12 dias a menos.
Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.
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