O governo alemão precisa do apoio de pelo menos metade dos membros do Parlamento, mas garantir essa maioria está cada vez mais difícil, em meio a um aumento no número de partidos. A Alemanha pode se tornar um país de governos em colapso? Eleições federais do próximo dia 23 de fevereiro devem testar as instituições do páis A estabilidade política na Alemanha está ameaçada?
A estabilidade política na Alemanha está ameaçada? Para explicar isso, é preciso olhar para o Parlamento alemão, o Bundestag.
O país realiza eleições federais no próximo dia 23 de fevereiro para eleger os 630 membros da próxima legislatura. A costura de uma nova coalizão governista de 316 membros deve testar as instituições do país.
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Para funcionar, o governo precisa do apoio de pelo menos metade dos membros do Parlamento. Mas garantir essa maioria se tornou cada vez mais difícil. Isso porque, nas últimas décadas, o número de partidos no Parlamento aumentou, o que significa uma maior fragmentação política.
Agora mais partidos precisam se unir para formar uma coalizão de governo. E quanto mais partidos em uma coalizão, mais instável ela tende a ser. A gente viu isso no ano passado, quando um governo de três partidos entrou em colapso porque seus membros não conseguiam mais entrar em consenso.
Tudo parecia mais simples quando a política alemã era dominada por dois partidos: a CDU, de centro-direita, da ex-chanceler Merkel, e o SPD, de centro-esquerda, do atual chanceler Scholz. No passado, para formar maioria no Parlamento, um desses partidos só precisava unir forças com outro parceiro menor, como os liberais do FDP ou os ambientalistas do Partido Verde.
Quando isso não foi possível, a CDU e o SPD formaram “grandes coalizões”. Isso até garantia estabilidade, mas frustrava os eleitores com compromissos pouco ambiciosos. O que acabou impulsionando partidos marginais, como a sigla anti-imigração AfD, de ultradireita, e a recém-formada Aliança Sahra Wagenknecht, que surgiu a partir do partido A Esquerda. Duas legendas consideradas radicais por muitos.
A AfD, por exemplo, é investigada por extremismo e acusada de abrigar neonazistas em suas fileiras. Fazer coalizão com ela é visto como um tabu por outros partidos. É o chamado cordão sanitário contra a ultradireita – um acordo que prevê que partidos tradicionais não se aliem à AfD no Parlamento.
Só que a AfD está cotada para ser a segunda mais votada nas eleições de 23 de fevereiro. Ou seja, se as pesquisas estiverem certas, três ou mais partidos teriam que se unir para governar. O que, como foi dito antes, diminui as chances de formar um governo estável.
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Eleições
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, dissolveu o Bundestag em 27 de dezembro passado, anunciando a antecipação das eleições federais para 23 de fevereiro.
A dissolução estava prevista como parte do processo de dissolução do governo alemão, após parlamentares aprovarem moção de desconfiança do chanceler Olaf Scholz.
O governo de Scholz colapsou após ele ter demitido o ministro das Finanças, Christian Lindner, em novembro. Com isso, o partido de Scholz, os Democratas Livres (FDP), deixaram o governo, fazendo com que o chanceler perdesse a maioria no Parlamento e mergulhando a Alemanha em uma crise política.
A estabilidade política na Alemanha está ameaçada? Para explicar isso, é preciso olhar para o Parlamento alemão, o Bundestag.
O país realiza eleições federais no próximo dia 23 de fevereiro para eleger os 630 membros da próxima legislatura. A costura de uma nova coalizão governista de 316 membros deve testar as instituições do país.
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Para funcionar, o governo precisa do apoio de pelo menos metade dos membros do Parlamento. Mas garantir essa maioria se tornou cada vez mais difícil. Isso porque, nas últimas décadas, o número de partidos no Parlamento aumentou, o que significa uma maior fragmentação política.
Agora mais partidos precisam se unir para formar uma coalizão de governo. E quanto mais partidos em uma coalizão, mais instável ela tende a ser. A gente viu isso no ano passado, quando um governo de três partidos entrou em colapso porque seus membros não conseguiam mais entrar em consenso.
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Só que a AfD está cotada para ser a segunda mais votada nas eleições de 23 de fevereiro. Ou seja, se as pesquisas estiverem certas, três ou mais partidos teriam que se unir para governar. O que, como foi dito antes, diminui as chances de formar um governo estável.
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O governo de Scholz colapsou após ele ter demitido o ministro das Finanças, Christian Lindner, em novembro. Com isso, o partido de Scholz, os Democratas Livres (FDP), deixaram o governo, fazendo com que o chanceler perdesse a maioria no Parlamento e mergulhando a Alemanha em uma crise política.