
O Profissão Repórter desta terça-feira (18) destacou o uso crescente de medicamentos para disfunção erétil. Tadalafila é um dos remédios mais vendidos do Brasil; médicos alertam
O Profissão Repórter desta terça-feira (18) abordou o uso crescente de medicamentos para disfunção erétil. Disponíveis nas farmácias sem a necessidade de apresentação de receita, os medicamentos que contém a substância tadalafila estão entre os mais vendidos do país. Foram mais de 43 milhões de unidades comercializadas em 2023.
“Chama a atenção tanto dos homens, quanto das mulheres. Falam: ‘ah, esse aí que é o famoso’? A maior parte procura por ereção e na academia eles usam como dilatador”, conta Robson Rizzo, funcionário de farmácia.
À reportagem, um frequentador de academia revelou que utiliza o medicamento para melhorar desempenho tanto sexual quanto físico.
“Uso 5 mg por dia. Às vezes, paro por um ou dois meses, faço o desmame e volto. O desempenho nos treinos melhora bastante”, afirma.
Tadalafila
Reprodução/TV Globo
Prescrição médica para exercícios?
A reportagem conversou com médicos que prescrevem tadalafila para a prática de exercícios.
“Eu prescrevo tanto para homem quanto para mulher. O que se sabe é que o próprio uso da medicação vai relaxar seu musculo liso e vai aumentar a dilatação. Mas tem que fazer exame médico, tem que ser prescrito pelo médico antes de fazer qualquer tipo de introdução do medicamento“, diz o médico Ahmad Saleh.
O Conselho Regional de Medicina, no entanto, alerta para os riscos do uso indiscriminado desses medicamentos.
“Se houver documentação que ele prescreve só para fazer exercícios, esse colega está incorrendo em falha ética, o que é passível de punição e não está seguindo nenhum protocolo, nenhuma norma de boas práticas médicas que demonstre que ele está fazendo o melhor pelo paciente dele”, afirma Joaquim Francisco de Almeida, coordenador da Câmara Técnica de Urologia do CREM.
Tadalafila: uso para exercícios preocupa médicos
Reprodução/TV Globo
Vaidade masculina: como homens estão redefinindo a autoestima
Febre entre os jovens
Jovens relatam uso frequente de remédios para disfunção erétil em bares de SP: ‘todo mundo já toma’
Em bares de São Paulo, a reportagem conheceu jovens na faixa dos 20 anos que saem de casa com os comprimidos de medicamentos para disfunção erétil na carteira.
“Nunca sabe quando vai precisar, sempre tem que andar prevenido, né? Às vezes, tem umas batalhas difíceis para encarar. Eu sinto o coração meio acelerado às vezes, quando eu tomo. Para as mulheres, eu nem falo nada, não pode nem saber, agora, para os caras, na resenha, todo mundo já toma, já é normal hoje em dia”, relata um jovem de 23 anos.
“Tenho 25, novão, mas a diversão está aqui, um golezinho no uísque e já era”, relata outro.
Médicos alertam para os riscos do uso indiscriminado desses medicamentos.
“O paciente de qualquer idade, jovem, adulto ou mesmo um senhor de idade, que não tem nenhum tipo de disfunção erétil, a droga é absolutamente contra indicada”, explica Joaquim Francisco de Almeida, coordenador da Câmara Técnica de Urologia do CREM.
Profissão Repórter aborda o uso crescente de medicamentos para disfunção erétil
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 18/02/2025
Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter: