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Obra de recuperação de outro perímetro que havia desabado em 2023 está em fase de conclusão. Trecho do talude da orla de Óbidos desaba novamente
Odirlei Santos/ Ascom-PMO
A Secretaria Municipal de Saneamento, Urbanismo e Infraestrutura (Seurbi), confirmou que um novo desmoronamento no “talude” da orla próximo à “Cabeça do Padre” foi identificado nos últimos dias, devido às fortes chuvas em Óbidos, no oeste do Pará.
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O planejamento da obra de contenção da barreira e construção da orla foi realizado durante a gestão municipal entre os anos de 2017 e 2020. Esse trabalho subsidiou o financiamento da obra pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), no valor de R$-9.980.500,00. Os trabalhos começaram em agosto de 2020 sob a responsabilidade da empresa Laghi Engenharia.
No projeto aprovado, não constavam a fixação de guarda-corpo, corrimão nas escadarias, iluminação e bancos. A empresa construtora, por conta própria, colocou uma cerca de arame simples na parte superior da contenção da barreira, tornando a visitação vulnerável com risco iminente de queda de cima da barreira.
Mesmo assim, a Prefeitura de Óbidos chegou a financiar com recursos próprios as instalações elétricas, de postes e lâmpadas LED, além de fixar corrimão na escadaria principal que fica ao final da Travessa Bom Jesus. Também reforçou a segurança na parte superior da contenção da barreira, vedando o espaço que tinha acesso livre para evitar acidentes.
Em 2023, a parte central do “talude” (terreno inclinado que serve para dar sustentação e estabilidade ao solo) desabou, depois de uma infiltração provocada pelo entupimento das canaletas que escoam a água da chuva.
A área que permanecia vetada para o passeio público foi interditada e, em novembro de 2024, uma empresa venceu a concorrência pública para executar a recuperação de talude da orla, obra que também está sendo financiada com recursos próprios do município. Atualmente a empresa A. Protasio dos Santos LTDA já executou mais de 80% do trabalho.
Na semana passada, um novo desmoronamento, em outro trecho do “talude” voltou a comprometer a estrutura o que levou a Prefeitura de Óbidos, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento, Urbanismo e Infraestrutura (Seurbi) a permanecer por tempo indeterminado com a interdição da área como medida de segurança.
“Se tivéssemos inaugurado essa obra, poderia ter gente aqui passeando e acontecer um acidente grave. É preciso ainda finalizar o projeto elétrico, o guarda-corpo, tudo isso ficou pendente. Mesmo com tanto tempo com esse espaço fechado para a visitação, nós pedimos a compreensão para não entrar nessa área que está em obras. O prefeito Jaime Silva determinou de imediato que a empresa que está recuperando o primeiro trecho que desabou, que recupere esse outro trecho que também sofreu com a perda de material do ‘talude’”, disse a titular da Seurbi, Máira Souza.
A equipe de engenheiros civis da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sempof) também esteve no local para avaliar os danos. As condições geotécnicas da área desfavoráveis e as fortes chuvas foram determinadas como as causas principais para o novo desabamento.
“O que a gente percebe é que a gente precisa fazer um estudo mais pontual, revisando a orla toda por conta dos deslizamentos que já aconteceram. Agora, o que nós vamos tentar fazer é tentar mitigar essa situação. A princípio, ainda através da Secretaria de Infraestrutura, e possivelmente depois, fazer algo mais concreto, visando a segurança da região”, esclareceu a engenheira Taína Carvalho.
O prefeito Jaime Silva adiantou que um estudo minucioso vai buscar respostas para saber se o sistema de drenagem e de contenção, determinados no projeto inicial, são os adequados para o caso da barreira da orla.
“Não podemos perder essa obra importante que o nosso município recebeu do Governo Federal. O que temos aqui é um erro grave de planejamento. Na forma como foi determinada a construção dos ‘taludes’, na construção das canaletas que não comportam a quantidade de água devido à altura da barreira e nas inúmeras falhas que já detectamos nesta obra e informamos aos órgãos competentes. Eu já autorizei que façamos um estudo que garanta ou não que esse tipo de contenção é o adequado e o que devemos fazer como solução caso não seja. Faremos o que tiver ao nosso alcance para salvar esse projeto, mas vamos também tomar nossas medidas para que esse erro grave seja reparado”, finalizou Jaime Silva.
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