Mais de 300 cafezais foram queimados nos incêndios em Caconde; recuperação deve demorar 3 anos


Pelo menos, 300 mim pés de café foram totalmente destruídos e precisam ser replantados. Pelo menos 300 produtores de café da Caconde têm plantações atingidas pelo fogo
Uma semana após ser controlado, o incêndio que destruiu 654 hectares de vegetação nas serras da Mantiqueira e do Cigano, em Caconde (SP), ainda é fonte de preocupação dos produtores de café que contabilizam os prejuízos, que somam dezenas de milhões de reais.
Da área atingida, 25% eram de cafezais. O município é um dos maiores produtores do estado e tem o seu principal mercado na exportação.
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No ano passado o município colheu 2,5 milhões de sacas de café. Com a queimada, que atingiu, pelo menos, 300 mil pés, a perda estimada é de 2,5 mil sacas o que representa R$ 3,5 milhões de prejuízo somente em grãos, sem levar em conta as plantas que foram perdidas.
Incêndio destruiu 654 hectares de vegetação em Caconde
Reprodução EPTV
Foi a maior queimada já registrada no município. Dos 2.350 cafeicultores, cerca de 300 tiveram suas plantações atingidas e a recuperação deve ser demorada.
“A gente acredita que terá uma perda de dois a três anos quanto à produção e à qualidade do café”, afirmou o diretor de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Caconde, Paulo Izidro Arcanjo.
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Uma das propriedades afetadas é do produtor Hélio Moreira de Araújo que calcula um prejuízo de R$ 1 milhão com a destruição de 80% da sua lavoura
“Eu achei que estava tudo controlado, aí fui à cidade pedir um caminhão-pipa na hora que voltei tinha queimado tudo”, contou.
Pés de café de Caconde foram totalmente destruídos pelo fogo e terão que ser replantados
Ely Venancio/EPTV
Um agrônomo condenou todos os 10 mil pés de café que foram queimados pelo incêndio na propriedade de Luiz Henrique Galdino Ramos.
“Eles foram cozidos por dentro. Nem a recepa vai resolve, a gente vai ter que arrancar essa lavoura e começar do zero”, afirmou o cafeicultor.
Os pés que estavam carregados renderiam 350 sacas na próxima colheita. Por se tratar de uma cultura bianual, este seria o ano de maior rendimento, mas agora ele vai arcar com um prejuízo de R$ 400 mil.
“Vamos ter que preparar o terreno com matéria orgânica e somente daqui uns três anos vamos conseguir produzir novamente”, disse.
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