Mais de 80 projetos estão inscritos no evento que acontece em Santa Rita do Sapucaí, cidade conhecida como o “Vale da Eletrônica”. A Feira Tecnológica do Inatel segue até sexta-feira (27). ‘Robô da colheita’, monitoramento de bebês e detector de dopadores: conheça 3 projetos apresentados em feira tecnológica em MG
Reprodução / Inatel
Mais de 80 projetos inovadores e tecnológicos desenvolvidos por estudantes estarão expostos na Feira Tecnológica do Inatel (Fetin) em Santa Rita do Sapucaí (MG), cidade conhecida como o “Vale da Eletrônica”. O evento acontece até sexta-feira (27) no Instituto Nacional de Telecomunicações.
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O tema desta edição é “O espetáculo da tecnologia acontece aqui”. A programação conta com workshops, exposições tecnológicas e atividades culturais. Participam alunos e visitantes, com atividades focadas em tecnologia, como workshops e interação com games.
Feira Tecnológica do Inatel reúne mais de 80 projetos com soluções tecnológicas
Reprodução / Inatel
São esperados mais de quatro mil visitantes de várias regiões, especialmente estudantes do Ensino Médio. Alunos estrangeiros de países como Bolívia, Paraguai, Equador e Alemanha também estarão presentes. Ao todo, 12 projetos internacionais serão exibidos.
Além de premiações tradicionais, uma nova categoria focada em soft skills [habilidades comportamentais] foi introduzida para premiar alunos mais engajados durante os eventos preparatórios ao longo do ano.
Neste ano, pela primeira vez, a Fetin apresenta o Espaço Startups com a presença de sete empresas regionais. A programação inclui o evento Sabores do Vale e o Conexão Cultural, com apresentações de músicos regionais. Veja no site a programação completa.
Conheça projetos que prometem solucionar problemas 👇
🤖 Robô autônomo para coleta de morangos
Mechberry é um robô autônomo para automatizar o cultivo e a colheita de frutas pequenas, especialmente morangos.
Por meio de um robô que percorre as linhas de plantio, a tecnologia utiliza inteligência artificial embarcada para reconhecer os frutos prontos para serem colhidos, levando em conta as preferências específicas do agricultor.
“Após a colheita, os morangos são armazenados temporariamente em um compartimento especial dentro do robô, que também mede suas dimensões para garantir uma contagem exata da produção. Quando o sistema detecta que a quantidade colhida atingiu o volume necessário, uma mensagem automática é enviada ao produtor, avisando que a etapa foi concluída. Esse aviso permite que o agricultor intervenha apenas nos momentos fundamentais para dar seguimento ao processo de comercialização”, explicou Diego Anestor Coutinho, do curso de Engenharia da Computação.
Fetin: robô autônomo faz coleta de morangos
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Segundo o estudante, outro aspecto importante é a capacidade de monitorar a plantação em tempo real, por meio de inteligência artificial, as possíveis pragas que possam estar afetando as frutas. Quando isso ocorre, o produtor recebe alerta indicando as áreas específicas que exigem atenção, facilitando a tomada de decisão rápida e precisa.
Toda essa tecnologia é controlada por um aplicativo desenvolvido para o projeto, que permite ao agricultor acompanhar e configurar o funcionamento do robô diretamente do celular. Com esse sistema integrado e baseado na nuvem, o controle total da produção está literalmente na palma da mão do produtor, eliminando a necessidade de supervisão constante no campo.
👶 Monitoramento de bebês em UTIs neonatais
NeoTech é um sistema wirelles de monitoramento de temperatura para recém-nascidos em incubadoras neonatais. O projeto foi desenvolvido em conjunto com a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.
Atualmente, os sensores de temperatura das incubadoras neonatais são com fio, o que os torna frágeis e suscetíveis a quebras frequentes devido ao movimento dos recém-nascidos. Isso compromete a medição contínua e obriga a equipe médica a usar termômetros manuais, o que requer a abertura das incubadoras, dissipando o calor e aumentando o risco de contaminação.
Sistema monitora temperatura de recém-nascidos em incubadoras neonatais
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“A solução conta com uma tag de RFID [identificação por radiofrequência] acoplada ao sensor de temperatura, o que é muito semelhante a um cartão de acesso. Na sala da UTI terá um leitor RFID que irá captar, em um raio de 20 metros, as tags que estão lendo temperatura naquela região. Cada recém-nascido vai estar na incubadora com a sua tag, e esse leitor vai rondar a sala e processar, por meio de um aplicativo, as temperaturas. O aplicativo estará disponível para médicos, enfermeiros que estarão responsáveis pelo recém-nascido para melhor monitoramento dos sinais vitais dele”, explicou a aluna Júlia de Freitas Carvalho, do 7º período do curso de Engenharia da Computação.
O aplicativo também conta com um banco de dados e apresenta o histórico de cada bebê registado, com cada temperatura, dentro de cada hora.
O projeto é fruto de uma pesquisa de Iniciação Científica do e-Health Innovation Center do Inatel. O aluno Pedro Paulo de Paiva Junqueira, do 4º período da Engenharia de Computação, também faz parte da equipe.
🥤 Copo detector de substâncias dopantes em bebidas
Safe Sip é um copo ecológico e biodegradável projetado para detectar a presença de substâncias dopantes em bebidas. Ele é feito a partir de bagaço de cana e amido de milho.
É capaz de detectar a presença de substâncias dopantes em bebidas, famosas do Boa Noite Cinderela, alertando visualmente o usuário para o perigo.
“Eu utilizei antocianinas, extraídas do repolho roxo através do processo de fervura, que são integradas ao material do copo. As antocianinas funcionam como indicadores químicos, reagindo especificamente a alterações de pH, o que provoca uma mudança visível na coloração do copo”, explicou a aluna Rayana Fernanda dos Santos Silva, do 4º período de Engenharia Biomédica.
Copo feito a partir de bagaço de cana e amido de milho detecta substâncias dopantes em bebidas
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Conforme a estudante, esse processo de integração exige um controle rigoroso para garantir que o copo seja ao mesmo tempo resistente e reativo sem comprometer a sua integridade estrutural.
“Se eu adiciono uma substância de caráter básico no copo, ele vai adquirir uma coloração esverdeada ou azulada. Agora, caso eu adicione uma substância ácida, que é o caso do GHB, uma substância que é muito utilizada no Boa Noite Cinderela, que é o ácido gama hidroxibutírico, o copo vai ganhar uma coloração rosa”, completou a aluna.
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