Emissário foi inaugurado em 1989 pela Casal para lançamento de esgotos sanitários. Engenheiro apontam perigo na estrutura do emissário submarino de Maceió
CREA-AL
Uma vistoria realizada por especialistas na estrutura do Emissário Submarino de Maceió, apontou alto risco de desabamento. A visita técnica foi realizada na terça-feira (24) pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) e membros do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-AL).
Segundo o presidente do Ibape-AL, o engenheiro civil Marcelo Daniel, as primeiras impressões agravaram ainda mais a preocupação com a estrutura do emissário.
“Existe um alto grau de risco aqui. A situação está de tal forma que não existe mais garantia de estabilidade. A erosão é grande, a estrutura está desgastada e segue sustentada apenas pelo todo, podendo ruir a qualquer momento. As providências têm que ser urgentes”, afirmou.
Agliberto Costa, engenheiro especialista que também acompanhou a vistoria, confirmou a gravidade da situação e apontou os principais danos.
“Todo o encaminhamento dos pilares de sustentação já está totalmente precário, há furos que não foram vedados e que aceleram a ação da água e do sal; o guarda-corpos já está deteriorado. É um conjunto de fatores que denuncia, de forma alarmante, o caráter de urgência que há aqui”, disse.
Inaugurado em maio de 1989 pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), o Emissário Submarino de Maceió , construído na Avenida Assis Chateaubriand, é um sistema destinado a lançar os esgotos sanitários para além da costa, aproveitando a vazão do oceano para realizar um despejo descentralizado.
Dados da BRK, atual administradora, indicam que a estrutura possui 3.6 quilômetros de comprimento, sendo 600 metros de tubulação aérea que leva e dilui as impurezas a uma profundidade mínima de 15 metros.
O g1 entrou em contato com a BRK, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.
O presidente em exercício do Crea-AL, engenheiro mecânico Roberto Jorge Chaves de Barros, afirmou que a visita buscou ser fruto de uma atuação direta da entidade no caso, já que o interesse público levantou grandes questões quanto a segurança da construção.
“Sentimos a necessidade de tomar esta iniciativa de convocar o corpo técnico do Ibape-AL para avaliar os devidos riscos, dada a gravidade da situação que nos foi passada. Os especialistas agora reunirão tudo que foi apurado e elaborarão um relatório técnico que será encaminhado às autoridades como o Ministério Público, a Prefeitura de Maceió e a própria BRK”, disse.
Também participaram da visita técnica o presidente do Ibape-AL, engenheiro civil Marcelo Daniel; o vice-presidente, engenheiro civil Paulo Roberto; além da engenheira civil Fátima Melo e engenheira civil Josiane Araújo. O grupo também contou com o apoio técnico do engenheiro civil Agliberto Costa, especialista em estruturas que contribuiu com o seu conhecimento na vistoria.
Imagens feitas durante vistoria mostram estrutura comprometida
CREA-AL
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