Falta de chuvas promove acúmulo de matéria orgânica, tornando o ambiente propício para reprodução de algas e plantas flutuantes, reduzindo os níveis de oxigênio nas águas e as tornando impróprias para a fauna aquáticos. Situação do Rio Pinheiros na terça-feira (10)
FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO
O governo de São Paulo e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) deram início, na noite desta terça-feira (10), a um processo de bombeamento das águas do Rio Pinheiros, que corta as zonas Oeste e Sul da capital paulista.
O procedimento consiste em movimentar as águas do rio, jogando o líquido de um trecho para o outro, de forma a revolver a matéria orgânica acumulada, dispersando as algas e promovendo a oxigenação do canal.
O acúmulo de matéria orgânica é resultado, dentre outras coisas, do despejo de esgoto não tratado diretamente no rio;
Um ambiente rico em matéria orgânica é favorável para a reprodução de algas e plantas flutuantes, o que implica na redução dos níveis de oxigênio dissolvido na água, tornando o ambiente impróprio para a fauna aquática.
Segundo o governo, o objetivo é melhorar a qualidade da água, revertendo a eutrofização do curso d’água (concentração de nutrientes), situação que, se não for tratada, pode levar à morte dos poucos peixes que vivem no Pinheiros, por falta de oxigênio disponível.
“O Pinheiros é um canal nivelado, e, por causa da pouca declividade, a água se move lentamente. A chuva é essencial para o funcionamento do rio e, como não há chuva, o rio se encontra nesta situação crítica”, explicou Anderson Esteves, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) de São Paulo.
“Ontem [das 18h às 5h], a gente fez uma operação em conjunto com a EMAE, a gente bombeou a água do canal Inferior para o canal Superior. Então, hoje, já houve uma melhoria em aproximadamente 35% da extensão do Rio Pinheiros, então, dos 25 km, em cerca de 8 km já houve uma melhoria na qualidade da água, que já é perceptível”, afirmou Anderson.
O Rio Pinheiros é dividido em dois canais: o Superior, que engloba o trecho entre a área da represa Billings e a estação Vila Olímpia de trem; e o Inferior, que vai da estação de trem até o encontro com o Rio Pinheiros, na altura do acesso para a Rodovia Castello Branco.
Para nivelar a água do rio, um canal de vazão foi aberto após o bombeamento, redirecionando o excesso de água jogado no canal Superior para o Inferior.
Com o resultado positivo da primeira ação, o bombeamento deve ser repetido nos próximos dias, até que a frequência das chuvas aumente em São Paulo, movimentando naturalmente o curso d’água. A periodicidade de realização do procedimento ainda está em processo de definição.
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