Israel confirma identidade de corpos de reféns entregues pelo Hamas, mas segunda fase do acordo de cessar-fogo é incerta


Sobre o ataque do Hamas em 2023, militares de Israel admitiram que subestimaram drasticamente a capacidade dos terroristas e falharam na missão de proteger os civis. Israel confirma que quatro corpos entregues pelo Hamas são de reféns israelenses
Israel confirmou nesta quinta-feira (27) que os quatro corpos entregues pelos terroristas do Hamas são de reféns israelenses. O anúncio ocorreu em meio a incertezas sobre a segunda fase do cessar-fogo.
O instituto forense de Israel fez exames de DNA nos quatro corpos entregues na noite de quarta-feira (26), pelo grupo terrorista Hamas, e confirmou que são mesmo Tsahi Idan, Ohad Yahalomi, Itzik Elgarat e Shlomo Mantzur. Segundo autoridades israelenses, um deles morreu no dia do ataque do Hamas, naquele outubro de 2023 – mas não revelou o nome. Os outros três teriam sido assassinados no cativeiro. O grupo terrorista não comentou. O Hamas entregou os corpos sem cerimônia pública, como exigia Israel. Em troca, Israel libertou os 602 prisioneiros palestinos que deveriam ter sido soltos no sábado (22).
Com isso, a primeira fase das trocas entre reféns e prisioneiros foi concluída, apesar dos atrasos e discordâncias que jogaram muita tensão nessa operação tão sensível. Uma delegação de Israel viajou para o Egito para tratar do assunto, disposta a estender a primeira fase do acordo. O Hamas reforçou nesta quinta-feira (27) que está pronto para negociar a segunda fase. Nela, está prevista a libertação de todos os reféns restantes; 59 ainda estão em cativeiro. As autoridades de Israel acreditam que menos da metade esteja viva.
A nova fase também prevê, originalmente, a retirada completa das Forças israelenses da Faixa de Gaza. A imprensa internacional afirmou que integrantes do governo israelense disseram nesta quinta-feira (27) que o país não vai sair “incondicionalmente”.
A trégua entre Israel e Hamas vence no fim de semana. Isso não significa a retomada da guerra. Uma possibilidade é que os ataques continuem suspensos até o início da segunda fase. Enquanto isso, uma ala mais conservadora do governo de Benjamin Netanyahu está fazendo pressão para Israel retomar os bombardeios e cumprir a promessa de acabar com o Hamas.
Israel confirma identidade de corpos de reféns entregues pelo Hamas, mas segunda fase do acordo de cessar-fogo é incerta
Jornal Nacional/ Reprodução
Em meio às negociações, as Forças de Israel apresentaram a conclusão da investigação interna sobre o ataque do Hamas em 2023, que assassinou mais de 1,2 mil pessoas e sequestrou cerca de 250. Os militares admitiram que subestimaram drasticamente a capacidade dos terroristas e falharam na missão de proteger os civis israelenses; reconheceram que a percepção de que o Hamas não estava interessado em um conflito em grande escala permaneceu sem contestação durante anos; que oficiais de inteligência erraram em todos os níveis; e que inclusive que na noite anterior ao ataque, os militares identificaram atividades incomuns do Hamas, mas que não acharam que indicavam um ataque iminente.
Essa quinta-feira (27) também foi marcada pela notícia de um atropelamento em um ponto de ônibus em Haifa, no norte de Israel, que feriu pelo menos 13 pessoas. As autoridades israelenses disseram que o motorista era um palestino e que ele foi morto, e tratam o caso como atentado terrorista.
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