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Pelo menos mais duas pessoas podem estar envolvidas em grupo criminoso que atuava na região de Ribeirão Preto. Uma das vítimas é um idoso de 82 anos, que teve R$ 527 mil roubados. A Polícia Civil de Bebedouro (SP) disse nesta sexta-feira (28) que investiga o envolvimento de outras pessoas na lavagem de dinheiro roubado em sequestros-relâmpago na região de Ribeirão Preto (SP).
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Segundo o delegado João Vitor Silvério, responsável pelas investigações, pelo menos duas pessoas podem fazer parte do grupo liderado por Eric Antônio Pereira de Souza.
Eric Antônio Pereira de Souza é suspeito de liderar quadrilha que atuava em sequestros relâmpagos na região de Ribeirão Preto, SP
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Ele é procurado pela Justiça e teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol. A suspeita é de que Eric tenha fugido para outro país. A defesa dele não foi localizada para comentar o assunto.
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Segundo a polícia, Murilo Domingos Benatti e Rafaela Cristina de Moraes Leão agiram junto com Eric para lavar mais de R$ 500 mil roubados durante o sequestro de um idoso de 82 anos em abril de 2024, em Taiúva (SP). Foi a partir deste crime que a quadrilha passou a ser investigada.
Murilo Domingos Benatti e Rafaela Cristina de Moraes Leão podem ter envolvimento em quadrilha especializada em sequestros relâmpagos em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
No processo do caso, consta que Murilo recebeu duas transferências da conta da vítima nos valores de R$ 198 mil e R$ 300 mil.
Uma empresa no nome de Rafaela recebeu R$ 27 mil por meio de transferência via Pix também de uma conta da vítima.
De acordo com as investigações, as transferências fazem parte de um esquema para dar aparência lícita aos valores.
“A participação destas pessoas e desta empresa é na lavagem de dinheiro, sediam as contas bancárias delas para que o dinheiro oriundo do crime ali passasse para, posteriormente, ser transferido para outras contas, para justamente conferir uma aparência de licitude destes valores”, disse Silvério.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado de Murilo disse que ele é vítima, porque foi ameaçado a receber o dinheiro na conta bancária.
Em depoimento à polícia, Rafaela disse que não sabia do depósito e disse que era Eric quem movimentava a conta bancária. Nem ela e nem Murilo foram presos.
A operação desta sexta-feira em Ribeirão Preto e Jardinópolis apreendeu pendrives, celulares e documentos.
“Tudo vai ser periciado, vamos analisar o conteúdo que for extraído para ver o que de útil pode aparecer para a investigação”.
Agora, a polícia busca saber quem mais faz parte do esquema criminoso e quem são os sequestradores que atuam junto com a quadrilha.
O delegado também não descarta a hipótese de que outras pessoas na região tenham sido vítimas do grupo.
“Nós não descartamos esta hipótese, inclusive, na mesma época [do sequestro do idoso] houve dois crimes parecidos na região, a gente não descarta a hipótese de ser a mesma quadrilha”.
Sequestro e roubo de R$ 527 mil
As investigações começaram depois que um idoso de 82 anos foi sequestrado em abril do ano passado em Taiúva e passou, pelo menos, sete horas sob a mira dos criminosos.
Neste tempo, R$ 527 mil foram transferidos de contas bancárias dele por meio de aplicativos bancários instalados no celular, que estava desbloqueado.
Ainda de acordo com o responsável pelas investigações, a vítima foi agredida e ameaçada com uso de arma de fogo.
“A vítima estava caminhando na via pública, foi arrebatada, levada à zona rural. Ali, os autores o mantiveram amarrado, foi agredido, mantido sob a mira de arma de fogo por mais de sete horas, enquanto outros comparsas, de posse do celular desbloqueado de senha de aplicativos bancários, conseguiram efetuar diversas transferências via Pix”.
Ostentação e vida de luxo
Um dos líderes da quadrilha, Eric se identificava como trader, profissional que atua no mercado de investimentos financeiros, e era responsável por lavar o dinheiro da quadrilha com criptomoedas (moedas digitais).
Nas redes sociais, ele aparece em festas, casas e carros luxuosos. Ele foi um dos alvos da operação desta sexta-feira, mas não foi encontrado e é considerado foragido.
“Ele era o responsável, pelo que a apuração indica, pela lavagem do dinheiro. Pega o dinheiro que veio do crime, da conta da vítima, e insere novamente no sistema financeiro nacional, passando por transações em diferentes contas para que tenha uma aparência posteriormente lícita”.
Líder de quadrilha que sequestrou idoso e roubou meio milhão de reais lavava dinheiro com criptomoedas e ostentava vida de luxo
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