Festa mais segura são os pontos mais positivos, de acordo com as famílias. Mas a saudade dos ‘velhos tempos’ também existe. Crianças brincam carnaval em desfile no Bairro do Recife
Quem tem filhos sabe que a vida pode mudar bastante depois da chegada deles. E no carnaval, não é diferente. Por isso, muitas famílias arranjam um jeito de adaptar a brincadeira para inserir os pequenos na folia, mantendo a tradição da festa entre as gerações (veja vídeo acima).
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Mesmo demandando mais responsabilidade, Tereza Galluzzo e Dennis Rafael preferem o carnaval depois do nascimento do filho Rafael, atualmente com 4 anos.
“É totalmente diferente, a gente tem que ter horário para voltar”, contou a mãe, que é italiana e mora há oito anos no Brasil.
Segundo Dennis, antes a festa era voltada aos amigos e à bebida. “A gente consegue aproveitar mais a família e vai descobrindo toda essa magia do carnaval pelo olhar da criança”, observou.
Tereza e Denis preferem o carnaval depois do nascimento do pequeno Rafael
Rafael Souza/g1
Até que há espaço para brincar o “carnaval de antigamente”, mas a logística depende de uma rede de apoio.
A auxiliar administrativa Suellen Lins aproveitou o Galo da Madrugada com o marido no Sábado de Zé Pereira (1°) enquanto as crias estavam em casa com a avó. No domingo (2), o foco foi para as crianças.
“Ah, eu tenho saudades do carnaval de antes de ter filho, não vou mentir, mas a gente consegue ter, quase sempre, um tempo para brincar só o casal e outro com a filha. Com filho, a gente tem que ter mais cuidado e atenção”, explicou.
Casada há 18 anos com Luiz, Érica é mãe de Luna, de 13 anos, Chay, de 8, e Agatha, de 5. Ela disse que curte o carnaval desde a época de solteira, passando pelas fases do namoro e do casamento, e agora se reinventa com as crianças.
“O que muda é a busca da gente, o olhar. A gente busca um carnaval em que possa ver eles se divertindo. Saber que eles estão aproveitando em segurança, se apropriando de nossa cultura. E, antes, a gente vinha para extravasar, farrear, descontrair”, disse a foliona.
O casal Érica e Luiz, com os filhos Agatha, Chay e Luna
Rafael Souza/g1
Para quem está pertinho de ter filho, a expectativa é enorme e já existe a consciência de que as coisas vão mudar — ou já mudaram. A securitária Luciana Azevedo, grávida de 38 semanas — equivalente ao nono mês da gestação —, disse que já não brinca mais como antes por causa da barriga.
“Eu vim aqui só sentir, respirar um pouquinho do carnaval, porque eu amo, mas quando começar a ficar um pouquinho mais cheio, já é hora de voltar pra casa”, contou.
O companheiro de Luciana, o funcionário público Everton Barbosa, disse que o casal está junto há 16 anos e sempre brincou muito o carnaval. A expectativa é começar a passar a tradição para o filho já a partir do próximo carnaval.
“Estou muito ansioso pela chegada do primeiro filho. No ano que vem ele vem na cacunda e teremos que fazer uma reprogramação”, afirmou.
Juntos há 16 anos, Luciana e Everton já mudaram o jeito de viver o carnaval antes mesmo do nascimento do filho
Rafael Souza/g1
Carnaval dos avós
Os avós também se dedicar a apresentar a magia da festa para os pequenos. Aos 62 anos, Saulo Bartolomeu levou o neto Samuel, de 2 anos. “Eu tive quatro filhos e levei todos para o carnaval, agora é a vez do netinho. Era maravilhoso antes dos filhos, mas segue bom, é gostoso”, comentou.
Com um filho que não gosta de carnaval, coube a Rizélia Farias, de 61 anos, mostrar a festa para os netos Matheus, de 6 anos, e Maria Eduarda, de 13.
“Eu brinco de acordo com eles. Estão pulando? A gente pula também. Pegada na mão e pulando junto”, contou.
Maria Eduarda brinca carnaval desde pequena e disse ser apaixonada pela festa. “Eu amo as orquestras de frevo, os passistas”, contou enquanto o irmãozinho Matheus se divertia fantasiado de dinossauro.
O vovô Saulo levou o neto Samuel para conhecer o carnaval com a família
Rafael Souza/g1
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