
De acordo com Corrêa do Lago, o Brasil quer que a COP30, que será realizada em Belém (PA), marque uma virada no debate climático global. A intenção é deixar para trás a fase de longas negociações e avançar para resultados concretos, com foco na prática. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta quarta-feira (6), em discurso na Assembleia Geral da ONU, que a conferência do clima de 2025 terá como foco ampliar o financiamento climático para países em desenvolvimento e acelerar a implementação das metas do Acordo de Paris.
De acordo com Corrêa do Lago, o Brasil quer que a COP30, que será realizada em Belém (PA), marque uma virada no debate climático global. A intenção é deixar para trás a fase de longas negociações e avançar para resultados concretos, com foco na prática.
“COP30 precisa representar a transição definitiva da fase de negociações para a fase de ação e implementação”, afirmou o embaixador.
Embaixador André Corrêa do Lago
TV Globo/Reprodução
Financiamento climático no centro da COP
Segundo Corrêa do Lago, um dos principais objetivos da presidência brasileira será destravar o fluxo de recursos para ajudar países em desenvolvimento a financiar ações de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
O embaixador citou como prioridade o avanço da chamada “Baku a Belém Roadmap to 1.3T”, estratégia que busca mobilizar trilhões de dólares em financiamentos para garantir que as nações mais vulneráveis consigam cumprir suas metas climáticas.
Acordo de Paris: hora de tirar do papel
O presidente da COP30 ressaltou ainda a urgência de acelerar a implementação do Acordo de Paris, aprovado em 2015.
Embora as regras do acordo já estejam estabelecidas, ele defendeu que agora é hora de transformar os compromissos assumidos pelos países — como as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — em ações concretas para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
“Palavras e textos precisam ser traduzidos em transformações reais, no chão, nas cidades e comunidades”, declarou.
Amazônia como símbolo global
A COP30 será a primeira conferência do clima realizada na Amazônia. Segundo Corrêa do Lago, a escolha de Belém para sediar o evento busca transformar a região de símbolo do desmatamento em referência mundial de soluções climáticas, apostando na bioeconomia, na valorização dos saberes tradicionais e na regeneração da floresta.
Multilateralismo e justiça climática
Corrêa do Lago também afirmou que o Brasil vai conduzir a presidência da COP defendendo o multilateralismo e a cooperação internacional, com foco especial em justiça climática e na redução das desigualdades sociais e econômicas.
“Não existe futuro para a humanidade sem cooperação profunda e sustentada entre todos os países”, disse.
A COP30 está marcada para novembro de 2025, e deve reunir chefes de Estado, diplomatas, cientistas, empresários e ativistas para discutir os rumos da luta global contra a crise climática.