Defesa Civil libera retorno de moradores para prédio de 15 andares interditado em Maringá após estrutura de coluna ceder


Moradores tiveram que deixar os apartamentos por mais de 48 horas. Liberação aconteceu após engenheiro atestar a estabilidade do edifício por meio de um parecer técnico. Edificio Maria Tereza foi interditado nesta segunda-feira (3).
RPC
A Defesa Civil liberou na tarde desta quarta-feira (5) o retorno de moradores para o prédio de 15 andares em Maringá, no norte do Paraná, que foi interditado após a estrutura metálica de uma das colunas ceder durante uma reforma.
O edifício Maria Tereza foi evacuado na segunda-feira (3). Os moradores tiveram que ficar fora dos apartamentos por mais de 48 horas.
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A coluna foi reforçada na mesma noite em que ela cedeu. Conforme o engenheiro Erico Vicentin Nirino, que pertence a empresa que estava realizando um reparo no pilar, foram necessárias 24 horas para a estrutura ficar pronta.
Em seguida, conforme determinação da Defesa Civil, um empresa distinta foi contratada somente para emitir um laudo após o reforço da estrutura. Nesta quarta-feira, o engenheiro Rafael Alves de Souza, atestou a estabilidade do edifício por meio de um parecer técnico.
“Finalmente, considerando adequada a estabilidade da estrutura do edifício como um todo, somos favoráveis a reocupação imediata da edificação, concomitantemente à continuidade das avaliações e posteriores recomendações de eventuais melhorias no sistema estrutural”, informou o parecer.
A Defesa Civil também definiu que a síndica será responsável por apresentar em até 48 horas, um cronograma para outros serviços que precisam ser realizados no prédio, conforme apontado no parecer. O documento deverá ser elaborado por responsáveis técnicos.
No mesmo prazo, ela também deverá apresentar um termo de compromisso do cronograma assinado pelo responsável do edifício.
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Crea vai investigar o caso
De acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), foi instaurado um processo investigativo para apurar o caso ocorrido no edifício Maria Tereza. Durante a investigação, será realizada fiscalização no local e análise de laudos e demais documentos.
Ainda não há informações de quando a investigação será finalizada.
No dia em que a estrutura cedeu, o Crea informou que, em janeiro deste ano, foi realizada uma fiscalização no condomínio para verificar manutenção regular do edifício, incluindo elevadores e outros itens de conservação predial. Entretanto, o órgão afirmou que a reforma interna que resultou no colapso mencionado não foi comunicada, nem houve denúncias prévias a respeito.
“Após consulta em nossa base de dados, foi identificada uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) registrada em 2024, referente a serviços de inspeção, projeto ou laudo do edifício. Contudo, essa ART não está necessariamente vinculada à reforma em questão. Com investigação mais aprofundada, foi possível identificar que há responsáveis técnicos atuando tanto na reforma quanto na intervenção emergencial”, informou a nota.
A Prefeitura de Maringá informou que obras de reforma interna não necessitam de alvará, mas devem apenas ser comunicadas. Ainda disse que a execução deve ser acompanhada por um responsável técnico devidamente credenciado no Crea ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PR).
Coluna cedeu durante reforma em uma sala comercial
Conforme o Corpo de Bombeiros, a coluna cedeu durante uma reforma que estava sendo realizada em uma sala comercial que fica no térreo. A corporação informou que a empresa contratada para fazer a obra no local encontrou um dano estrutural e tinha contratado uma segunda empresa para resolver o problema.
Durante os trabalhos desta segunda-feira, a estrutura metálica que fica em volta de uma coluna cedeu e a pilastra foi escorada com outro materiais. Segundo o aspirante Araújo, ao chegar no prédio, a corporação viu que havia um risco de colapso na estrutura.
“Quando chegamos no local com o engenheiro da defesa civil, verificamos um comprometimento da estrutura do prédio e de fato um risco de colapso estrutural. Então levando em consideração um estufamento que teve no pilar optou-se por fazer a interdição do local”, informou.
Estrutura metálica de uma das colunas cedeu durante reforça de sala comercial no térreo.
RPC
O prédio fica na esquina das avenidas 15 de novembro e Getúlio Vargas e todo o entorno do edifício também precisou ser isolado, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Todos os moradores tiveram que deixar os apartamentos. Alguns deles foram para casa de parentes e outros foram para hotéis, com estadias custeadas pelo condomínio.
Além dos moradores, comerciantes de outros estabelecimentos que ficam embaixo do prédio também precisaram sair. Ainda não se sabe o que causou problema na estrutura da coluna.
A Prefeitura de Maringá disse que notificou a empresa responsável pela reforma na sala comercial. O nome dela não foi divulgado.
Moradores evacuam prédio no Centro de Maringá
Morador diz que prédio tremeu por cinco minutos
Um dos moradores, Joaquim Gouveia, disse à RPC, que sentiu ouviu um barulho alto e percebeu um tremor que durou cerca de cinco minutos. Em seguida ele desceu do prédio e só voltou para buscar a esposa e alguns pertences pessoais.
“Eu estava em casa na hora que a gente percebeu um estrondo violento. Senti tremendo por uns cinco minutos, o lustre e outras coisas na parede. Eu pressenti que seria no térreo, pois eles estão fazendo uma obra. No sábado eu estive ali olhando o que estavam fazendo e percebi que tinha algo de errado com a estrutura do prédio”, contou o morador.
De acordo com a Prefeitura, o edifício Maria Tereza existe há mais de 60 anos e possui 91 apartamentos.
Engenheiro acredita que prédio não passava por manutenção preventiva
De acordo com o engenheiro Erico Vicentin Nirino, que pertence a empresa Concretiza, que foi contratada para resolver o dano encontrado durante a reforma, a suspeita é de que o prédio não passava por manutenção preventiva. Ele também disse que um escoramento feito na estrutura no sábado ajudou a segurar o prédio.
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