Em um ponto, são cerca de 6 km de aguapés, que se tornam obstáculo para quem depende do rio. Calor provoca aumento de plantas aquáticas no rio Tietê, em SP
Temperaturas elevadas e as sucessivas ondas de calor que parte do Brasil vem enfrentando desde o início do ano produziram mais um efeito indesejado: o aumento descontrolado de plantas aquáticas no Rio Tietê.
Um tapete verde no meio do principal rio de São Paulo. Em um ponto, são cerca de 6 km de aguapés. As plantas aquáticas atrapalham quem trabalha com turismo em Barra Bonita, região central de São Paulo. Por lá, mais de 3 mil turistas fazem os passeios de barco toda semana.
“Está muito alto, quem entrar ali vai atolar”, diz o mecânico náutico Feliciano Filho.
Considerado o ponto alto do passeio pelo Rio Tietê em Barra Bonita é a chamada eclusagem. As comportas são fechadas e a câmara se enche de água para que a embarcação consiga chegar até a parte mais alta do rio, e aí deveria seguir trajeto. Mas as plantas aquáticas se tornaram um obstáculo para isso.
Quem insiste em continuar o percurso enfrenta perigos. Uma embarcação ficou à deriva em meio aos aguapés. Uma outra correu o risco de naufragar.
“A embarcação, ao tentar cruzar uma região com muitos aguapés, pode vir a ser aspirada pelo motor, enroscar no eixo, na hélice, causando alguma avaria e deixando até à deriva essa embarcação”, afirma Renato Luis Kodel, capitão de Fragata da Marinha.
Em uma fazenda de piscicultura em Arealva, o vento levou os aguapés para dentro dos tanques de criação de tilápias. Quando os tanques estão assim, os peixes param de comer por causa da falta de oxigênio. Prejuízo para o produtor que tem que retirar as plantas ao menos duas vezes por semana. Perdas para os pescadores. O pescador José Luiz Faria viu a renda cair 40% nas últimas semanas.
“Pega muita sujeira no anzol e, dependendo do lugar que você está, pode nem sair com o barco”, conta.
Um grupo de trabalho formado por empresários, ONGs e pesquisadores revelou que os aguapés afetaram a qualidade da água no interior do estado e fizeram diminuir o volume no Rio Tietê. Segundo a diretora da Fundação SOS Mata Atlântica, as recentes ondas de calor pioraram a situação que já era grave.
“A ausência de sombras nas águas causa aumento drástico das temperaturas da água. Então, matéria orgânica em decomposição, fertilizantes agrícolas, tudo isso dentro do rio, com o aquecimento da água, ajuda na proliferação das plantas aquáticas. A solução é plantar mata ciliar no entorno do rio. Agora, emergencialmente, de forma paliativa, seriam retiradas essas plantas, essas plantas seriam reaproveitadas, para que não fiquem em desequilíbrio no rio”, explica Malu Ribeiro, diretora da Fundação SOS Mata Atlântica.
A Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo declarou que vai discutir um plano integrado sobre o reservatório no Fórum de Recuperação do Rio Tietê.
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Considerado o ponto alto do passeio pelo Rio Tietê em Barra Bonita é a chamada eclusagem. As comportas são fechadas e a câmara se enche de água para que a embarcação consiga chegar até a parte mais alta do rio, e aí deveria seguir trajeto. Mas as plantas aquáticas se tornaram um obstáculo para isso.
Quem insiste em continuar o percurso enfrenta perigos. Uma embarcação ficou à deriva em meio aos aguapés. Uma outra correu o risco de naufragar.
“A embarcação, ao tentar cruzar uma região com muitos aguapés, pode vir a ser aspirada pelo motor, enroscar no eixo, na hélice, causando alguma avaria e deixando até à deriva essa embarcação”, afirma Renato Luis Kodel, capitão de Fragata da Marinha.
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“Pega muita sujeira no anzol e, dependendo do lugar que você está, pode nem sair com o barco”, conta.
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“A ausência de sombras nas águas causa aumento drástico das temperaturas da água. Então, matéria orgânica em decomposição, fertilizantes agrícolas, tudo isso dentro do rio, com o aquecimento da água, ajuda na proliferação das plantas aquáticas. A solução é plantar mata ciliar no entorno do rio. Agora, emergencialmente, de forma paliativa, seriam retiradas essas plantas, essas plantas seriam reaproveitadas, para que não fiquem em desequilíbrio no rio”, explica Malu Ribeiro, diretora da Fundação SOS Mata Atlântica.
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