
Onda de violência que deixou centenas de mortos em áreas costeiras, no pior episódio de conflito comunitário no país desde a queda de Bashar al Assad. Organizações denunciam massacre contra alauítas na Síria por forças do governo
Reprodução/Jornal Nacional
O líder sírio Ahmed Sharaa pediu paz neste domingo (9), após uma onda de violência que deixou centenas de mortos em áreas costeiras – o pior episódio de conflito comunitário no país desde a queda de Bashar al Assad.
“Temos que preservar a unidade nacional e a paz interna, podemos viver juntos”, declarou Sharaa, presidente interino da Síria, enquanto os confrontos continuavam entre forças ligadas aos novos governantes islâmicos e combatentes do regime alauíta de Assad.
Em um vídeo divulgado neste domingo, Sharaa falou em uma mesquita no bairro onde cresceu, Mazzah, em Damasco. “Fiquem tranquilos sobre a Síria, este país tem as características para sobreviver”, afirmou. “O que está acontecendo atualmente na Síria está dentro dos desafios esperados.”
Organizações humanitárias denunciam massacre de minoria religiosa na Síria
O conflito começou na quinta-feira (6), quando o Exército do país fazia uma operação na região de Lataika e teria sido atacado por forças ligadas ao antigo regime de Assad, segundo o governo sírio.
O ataque deixou 16 militares mortos e, desde então, mas de 200 membros das forças de segurança sírias morreram, ainda de acordo com o governo.
Por isso o governo teria decidido contra-atacar e enviar tropas, que ainda receberam o apoio de sunitas, grupo islâmico rival dos alauítas.
Os alauítas negam a versão do governo afirmam, porém, que são alvo de perseguição dos sunitas radicais que tomaram o poder do país em dezembro de 2024.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização baseada no Reino Unido que monitora o conflito, afirmou no sábado que os combates na região costeira do Mediterrâneo foram um dos episódios mais violentos dos últimos anos na guerra civil que já dura 13 anos.
Durante a madrugada, os confrontos continuaram em várias cidades. Segundo uma fonte de segurança síria, grupos armados dispararam contra forças de segurança e emboscaram carros em rodovias que levam às principais cidades da região costeira.
*Com informações da agência de notícias Reuters