Eleição em SP: TV e máquina municipal funcionam para Nunes; Boulos vai precisar trabalhar por voto útil se quiser ir ao 2º turno


Detalhamento da pesquisa Quaest aponta cenário desafiador para os três primeiros colocados em São Paulo: Nunes, Pablo Marçal e Boulos, empatados tecnicamente. Os candidatos à Prefeitura de SP em 2024, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).
Montagem/g1/Divulgação
A nova pesquisa Quaest publicada nesta quarta-feira (11) deixa duas coisas evidentes: a boa e velha campanha política com propaganda na TV, rádio e cabos eleitorais ainda surte efeito. A segunda é a que a pulverização pode cobrar um preço caro ao campo dito progressista.
No macro, mantêm-se o empate triplo: O prefeito Ricardo Nunes (MDB) marca 24%, Pablo Marçal (PRTB) chega a 23% e Guilherme Boulos (PSOL), a 21% — margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos. Mas o detalhamento da pesquisa traz achados que apontam cenários mais desafiadores e interessantes.
Por exemplo, entre agosto e setembro, Nunes cresceu 9 pontos percentuais entre quem ganha até três salários mínimos. O que explica esse desempenho? A propaganda eleitoral e o início oficial da campanha.
O prefeito tem centrado sua publicidade em se apresentar como alguém de perfil discreto, vindo da periferia e com entrega às regiões mais distantes do centro rico de São Paulo. Até aqui, parece ter funcionado.
Boulos, por sua vez, mesmo com o apoio de Lula, não consegue atrair os mais pobres. Ele oscilou três pontos percentuais para baixo na faixa de até três salários mínimos, de 20% para 17%. A mudança está na margem de erro, mas a curva, descentende, sugere cuidado.
Uma possibilidade para o psolista é apelar, antes do que esperava, para o chamado voto útil, tentando unificar o dito campo progressista em torno de seu nome pregando o risco de o 2º turno ser disputado entre Nunes e Marçal, o personagem disruptivo desta eleição.
17% dos eleitores que dizem à Quaest ter votado em Lula em 2022, agora votam em Nunes. Outros 13% estão com Tabata Amaral (PSB).
O psolista também precisa torcer para a campanha de Nunes acertar a embocadura contra Marçal entre os evangélicos. De julho a setembro, o ex-coach cresceu 20 pontos percentuais neste segmento. Se seguir nesta toada, pode transformar sua presenta numa segunda etapa da disputa em irrefreável.
Ao que tudo indica, ao apresentar sua própria “teologia da prosperidade”, Marçal encantou as bases evangélicas. Nunes conta com o apoio da cúpula de várias dessas igrejas. E tem pedido para que os pastores tratem o rival do PRTB como um perigo. A sorte está lançada.
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