Criança Esperança celebra 40 anos de parceria com mais de 6 mil projetos sociais


Ao longo desses anos, mais de R$ 460 milhões foram doados e beneficiaram 5 milhões de crianças, adolescentes e jovens. Começam as comemorações pelos 40 anos do Criança Esperança
Começaram nesta terça-feira (11) as comemorações dos 40 anos do Criança Esperança.
Há 40 anos, o Brasil se mobiliza em torno de uma ideia: um país mais justo e inclusivo para todas as crianças e adolescentes.
“Celebrar a memória institucional desse programa, que acontece todos os dias, não apenas no show anual, e que tornou possível também o Estatuto da Criança e do Adolescente, que agora celebra 35 anos. Foi a mobilização social feita pelo Criança Esperança que permitiu que nós pudéssemos avançar com uma legislação inovadora”, diz Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil.
A estreia da campanha da Globo com o Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, foi em 1986, no programa que comemorava os 20 anos dos Trapalhões. Além de estimular a solidariedade, o programa foi responsável por imagens que ficaram na memória dos brasileiros. Em 1991, Renato Aragão escalou o Cristo Redentor. A repórter Glória Maria acompanhou todo o percurso.
Artistas abraçaram desde cedo a campanha do Criança Esperança. Sandy e Junior se apresentaram no show de 1994. Roberto Carlos cantou “Verde e Amarelo” ao lado da Seleção Brasileira, que tinha acabado de conquistar o tetracampeonato. Na mesma edição, o piloto Ayrton Senna, morto naquele ano, também foi homenageado. Em 2003, o AfroReggae fez a estreia no programa, cantando ao lado de Caetano Veloso.
Criança Esperança celebra 40 anos de parceria com mais de 6 mil projetos sociais
Jornal Nacional/ Reprodução
Desde 2004, a campanha é desenvolvida em parceria com a Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A partir de 2010, artistas passaram a atender às ligações de quem queria doar, no Mesão da Esperança.
A pandemia da Covid não parou o Criança Esperança. O show foi adaptado para manter o distanciamento e muitos brasileiros mandaram mensagens para o programa. Na 38ª edição, um encontro inesquecível: Xuxa, Angélica e Eliana juntas no palco do Criança Esperança.
Há 33 anos, Dora Andrade contou com o apoio do projeto para idealizar o Edisca, no Ceará. Ensina dança para mulheres, crianças e adolescentes da periferia de Fortaleza.
“O Criança Esperança, com certeza, é a estratégia de maior mobilização social que existe. O Criança Esperança gera essa possibilidade de qualquer pessoa, por mais simples que seja, se colocar nessa posição: eu contribuí, eu estou fazendo alguma coisa. Isso pode ser com R$ 5, R$ 10. Não precisa ser uma grande doação” , afirma Dora Andrade, idealizadora da Edisca.
A Central Única das Favelas – que já atua em 5 mil comunidades de 65 países – também é parceira do Criança Esperança.
“O Criança Esperança – não somente com as ações nas favelas, no campo, etc – tem uma grande importância na identidade e na construção desse país por tudo que ele fez, por tudo que ele impactou. Sobretudo porque, hoje, as gerações que são adultas, como eu hoje, são aquelas que foram influenciadas diretamente pelas ações do Criança Esperança”, diz Celso Athayde, fundador da Cufa.
Criança Esperança celebra 40 anos de parceria com mais de 6 mil projetos sociais
Jornal Nacional/ Reprodução
Os Estúdios Globo receberam nesta terça-feira (11) colaboradores do Criança Esperança no primeiro evento das celebrações de 40 anos do projeto, que é uma parceria da Globo com a Unesco. Em pauta, os avanços dos direitos da infância no Brasil e o impacto do Criança Esperança nessas quatro décadas.
“É permitir que as crianças tenham direito de ter direitos. E é isso que nós estamos resgatando aqui hoje. Pensando em como que a gente pode, a partir do legado, materializar, tangibilizar tudo que nós construímos para que nós possamos projetar algo ainda maior, mais grandioso para os próximos 40 anos”, afirma Cristovam Ferrara, diretor de Valor Social da Globo.
Ao longo desses 40 anos, mais de R$ 460 milhões foram doados ao Criança Esperança e beneficiaram 5 milhões de crianças, adolescentes e jovens em mais de 6 mil projetos sociais em todo o país. E por trás de cada número estão histórias transformadas pelo poder da solidariedade.
“Quando você mobiliza, você alcança aquela pessoa que estava passiva e, às vezes, no seu bairro, na sua rua, no seu entorno precisava de um clique, de uma carta, às vezes de um sorriso, de um abraço. É sobre humanidade. E eu acho que o Criança Esperança nos ensina a sermos humanos, mais humanos”, diz a atriz Dira Paes.
João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo
Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho, disse que o Criança Esperança é uma constelação de esforços para o bem das crianças e dos adolescentes:
“Foi muito bom ver aqui pessoas que estão desde o início do projeto, trabalhando esse projeto, pessoas que ajudaram a construir o Estatuto da Criança e do Adolescente. Foi uma discussão muito boa e que me lembrou muito o meu pai, que foi o grande estimulador desse projeto no início. Meu pai tinha uma consciência do papel do meio de comunicação para uma nação, as possibilidades que o meio de comunicação tinha de contribuir para uma nação, que gerou nele aquela obsessão desde o início. Desde um jornal precário, que ele recebeu, até a construção da Rede Globo, aquela obsessão de fazer um grupo de comunicação cada vez maior e mais abrangente, que pudesse ter uma abrangência realmente nacional, chegar no Brasil, nos lugares mais distantes e que pudesse realmente contribuir para o desenvolvimento da nação. Seja por entretenimento, por levar cultura, por levar informação para todo mundo de graça, que é o papel da Rede Globo. Seja por projetos como esse que realmente ele sempre estimulou. Desde o início, lá no jornal, ele sempre estimulou a gente a estar procurando fazer coisas que desenvolvessem as pessoas, que ajudassem as pessoas. Então, veio muito a memória dele”.
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