
Imóvel usado por criminosos foi localizado após prisão de homem de 23 anos envolvido no esquema. Além de serem comercializados no Brasil, aparelhos eram enviados a países da África e ao Paraguai. Polícia identifica grupo responsável por mandar celulares roubados para o exterior
A Polícia Civil de Campinas (SP) identificou, nesta quarta-feira (12), um apartamento na região central da capital paulista usado por uma quadrilha suspeita de vender no exterior, em países da África e no Paraguai, celulares furtados ou roubados durante o Carnaval.
Segundo os investigadores, 100 aparelhos foram apreendidos no imóvel. O proprietário do apartamento tem passagens anteriores, incluindo um abordagem no Aeroporto de Guarulhos em abril de 2024, quando ele tentou embarcar com 22 aparelhos roubados com destino ao Senegal.
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➡️ Como o apartamento foi identificado? Ainda de acordo com a Polícia Civil, a apreensão dos aparelhos é um desdobramento da operação “Big Mobile”, deflagrada em todo o estado. O imóvel foi localizado após a prisão em flagrante de um homem de 23 anos envolvido no esquema no domingo (9).
“Ele eventualmente, com uma certa periodicidade, ia à capital realizar a compra de aparelhos de origem criminosa. Por conta disso, a equipe conseguiu realizar uma ação que conseguiu interceptar esse rapaz, na qual ele foi preso naquela oportunidade por receptação qualificada”, detalhou o delegado Elton Costa.
Polícia de Campinas descobre quadrilha suspeita de vender no exterior celulares furtados no Carnaval de SP
Évelin Costa/EPTV
O delegado afirmou, ainda, que o homem preso em Campinas vendia os celulares obtidos ilegalmente pelas redes sociais. “Não se trata apenas de uma prisão isolada, mas sim da identificação de uma quadrilha que tinha toda uma especialidade nesse tipo de crime”, complementou.
“Eu acredito que [os celulares] são enviados para países da África e o Paraguai porque são países que não têm tantos sistemas de controle da legalidade dos aparelhos. Lá. os criminosos conseguem colocar os aparelhos para funcionamento muito rapidamente”, disse o delegado.
Segundo os policiais da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Divisão de Investigações Criminais (DEIC), há a suspeita de que a quadrilha tenha pelo menos quatro ou cinco pessoas com origem de países africanos, além do brasileiro preso em Campinas.
Bloqueio do rastreamento
O delegado explicou que, para evitar o rastreamento, os dispositivos eram transportados embrulhados em papel alumínio dentro de bolsas térmicas, estratégia para cortar conexões externas.
Além da devolução dos aparelhos, o próximo passo da investigação é cruzar dados com outros suspeitos já detidos para aprofundar as investigações e adotar medidas jurídicas, que podem incluir prisões e deportações.
Orientações
Os policiais civis destacaram a importância de anotar o código IMEI (sigla em inglês para “Identidade Internacional de Equipamento Móvel”) do celular e sempre registrar um boletim de ocorrência em caso de furto ou roubo do aparelho.
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