Defensivo agrícola natural com cebola e alho é alternativa sustentável aos agrotóxicos no AP


Produtores rurais participaram de oficina para criação do produto na zona rural de Macapá. Produto é recomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Cultivos das comunidades do Amapá receberam a alternativa sustentável
Weverton Façanha/GEA
Um defensivo agrícola natural surge como uma alternativa sustentável aos agrotóxicos e já estão sendo utilizados nos plantios do Amapá. Trabalhadores rurais do estado, da região do Igarapé das Ármas, área rural de Macapá, receberam a recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que traz a alternativa com cebola e alho nos componentes principais.
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O produto recomendados pelo Mapa, contêm outras substâncias, como o enxofre e vinagre que podem ser utilizados no manejo de pragas. A mistura ensinada aos agricultores atua contra mariposas, pulgões, moscas brancas, aranhas vermelhas, vermes, lagartas e outros.
Defensor agrícola pode ser feito de forma caseira
Weverton Façanha/GEA
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os agrotóxicos são mais usados nas regiões sul e sudeste, enquanto no Norte o consumo é de apenas 1% do total consumido no Brasil. No entanto, produtores buscam alternativas menos agressivas.
Substitui o agrotóxico?
Pragas atingem plantios de cacau da região de Igarapé das Armas
Weverton Façanha/GEA
Luíz Cabral, que é engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR), disse que o produto é menos agressivo e preserva o meio ambiente e a saúde do aplicador. No entanto, o defensor não protege em casos mais graves, como doenças internas nas plantas.
“Se for um inseto, é facilmente atingido por esses produtos caseiros. Mas muitas das vezes tem uma doença que tá dentro da planta. O micro-organismo tá lá no interior, essas produções caseiras não conseguem atingi-lo. Mas, especialmente insetos que tão mais expostos a esses produtos caseiros, é válido”, contou.
Engenheiro agrônomo da Embrapa, à esquerda da imagem, repassa a alternativa sustentável através de oficinas para a comunidade
Weverton Façanha/GEA
Benefício Econômico
Gerson Pires, que é produtor rural, disse que o meio alternativo para o agrotóxico traz também benefícios econômicos, uma vez que podem ser feitos pelos próprios produtores.
“São produtos que a gente consegue com mais facilidade, a gente vem aplicar nas plantas com mais eficiência. Então são produtos que não vamos gastar tanto […] o produto natural a gente vai ter um resultado melhor e não vai agredir o ambiente ou a nossa saúde”, disse.
Produtor rural Gerson Pires, da comunidade Igarapé das Armas em Macapá
Weverton Façanha/GEA
No mercado, o defensor agrícola tem uma variação de preço entre R$ 20 e R$ 30. O que além de um alívio para o bolso, promove a biossegurança.
“O preço desses produtos no mercado, que é muito alto e muitas vezes o agricultor familiar não tem acesso e perde a plantação. E agora não […] ele consegue, ter os produtos naturais, fazer dentro de casa, sem problemas de contaminação”, disse Adilson Lopes, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A oficina de produção do produto foi realizada pela primeira vez no Amapá, e será levada para outras comunidades do estado através da Embrapa, para que o agricultor familiar conheça as alternativas e possibilidades.
Oficina de produção de defensor agrícola é levada para produtores de comunidades rurais do Amapá
Weverton Façanha/GEA
Preservação ambiental
Ainda segundo o engenheiro agrônomo, a efetividade do defensor agrícola natural é comprovada e sua utilização é preferível a de qualquer outros agrotóxicos, que além da contaminação em humanos, podem contaminar a superfície da água.
“Existe um agravante que é a questão da água. Como aqui existem muitos rios, o lençol freático é bastante superficial. O consumo exagerado desses produtos pode contaminar água superficial e às vezes até mesmo atingir esses lençóis”, contou.
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