
Baixada Santista registrou 28.678 casos de dengue e 49 mortes em decorrência da doença em 2024. Um aumento considerável em relação ao ano anterior, quando tiveram 4.147 casos e nenhuma morte. Mosquito Aedes aegypti
Pixabay/Reprodução
O Ministério da Saúde divulgou que o número de óbitos por dengue superou o de Covid-19 no Brasil em 2024. Conforme apurado pelo g1, a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, não teve o mesmo índice de mortes do país, mas também apresentou um cenário alarmante para a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
De acordo com os dados enviados pelas prefeituras, a região registrou 28.678 casos de dengue e 49 mortes em decorrência da doença em 2024. Um aumento considerável em relação ao ano anterior, quando tiveram 4.147 casos e nenhuma morte causada pelo mosquito.
Sobre os casos de Covid-19, os municípios apresentaram uma diminuição nos números. Em 2023, a Baixada Santista registrou 10.437 casos e 170 mortes, enquanto em 2024 foram 3.589 ocorrências e 64 óbitos.
Confira os dados de dengue e Covid-19 por cidade:
Dados de dengue por cidade da Baixada Santista (SP) em 2023 e 2024
Dados de Covid-19 por cidade da Baixada Santista (SP) em 2023 e 2024
Observação: A Prefeitura de Santos contabiliza os casos de Covid-19 por internação.
No Brasil, o levantamento apontou 6.041 óbitos registrados pela doença transmitida pelo Aedes aegypti em 2024, enquanto 5.960 foram por Covid-19.
Agente realiza vistoria a possíveis criadouros do mosquito da dengue em Santos, SP
Divulgação/Prefeitura de Santos
Fatores influentes
Um dos principais pontos de atenção na Baixada Santista é o período do verão. Em decorrência das altas temperaturas e fortes chuvas, que causam o acúmulo de água, essa estação do ano é mais propícia para que as fêmeas coloquem ovos e multipliquem os mosquitos.
Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde no início deste ano, outro fator apontado para o aumento de casos na região Sudeste é a circulação crescente do sorotipo 3 da dengue.
Durante a primeira reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Venâncio, explicou que essa variante do vírus tem sido determinante no aumento do número de infecções.
“O comportamento da doença varia entre as regiões. O aumento do sorotipo 3 no Sudeste exige atenção, pois muitas pessoas nunca tiveram contato com essa variante do vírus, o que pode impactar na evolução dos casos”, disse Venâncio, na ocasião.
Mosquito transmissor da dengue
Reprodução/EPTV
Ações
As nove cidades da região afirmaram ao g1 que realizam ações para combater a proliferação do mosquito, como nebulização com inseticida, fiscalizações conduzidas pela Vigilância Sanitária, orientações aos moradores e visitas casa a casa em todos os bairros.
Por meio de nota, a coordenadora do Serviço Municipal de Vigilância Epidemiológica de Peruíbe, Jaqueline Antunes, afirmou que os óbitos de Covid-19 e dengue geralmente são registrados em idosos e pessoas com comorbidades.
“É importante salientar que a imunização é uma ferramenta importante na prevenção dessas doenças”, ressaltou ela.
Em 2024, a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o público de 10 a 14 anos, conforme critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no Brasil e decisão pactuada com estados e municípios na CIT.
Trabalhadora da saúde manuseando vacina contra a dengue
Ricardo Wolffenbüttel/Secom-SC
A Prefeitura de Guarujá listou dez passos para evitar os focos do mosquito Aedes aegypti. Confira:
Guarujá, SP, realiza mutirão com nebulização contra a dengue
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos