Prefeitura de SP cria comitê de crise para definir ações e lidar com problemas causados pela baixa qualidade do ar


Entre medidas foi determinada liberação de R$ 5 milhões para reforçar equipamentos de atendimento assistencial para pessoas idosas e comprar umidificadores de ar para escolas de nove regiões da capital. A cidade de São Paulo amanhece mais um dia com tempo seco e uma intensa camada de poluição na região central da capital, nesta quarta-feira, 11.
RUBENS SUZUKI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A Prefeitura de São Paulo criou nesta quarta-feira (11) um comitê de crise para definir ações que possam amenizar os problemas causados pela baixa qualidade do ar na capital
Participam do comitê Defesa Civil, Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) e as secretarias de Mudanças Climáticas, Saúde, Governo, Comunicação, Verde e Meio Ambiente, Assistência e Desenvolvimento Social, Subprefeituras, Educação, Inovação e Tecnologia e de Esportes e Lazer.
Esta quarta-feira (11) foi considerado o dia com a pior qualidade do ar desta semana. (veja abaixo)
Entre as ações, também foi determinada a liberação de R$ 5 milhões para reforçar os equipamentos de atendimento assistencial para pessoas idosas.
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Outras ações da prefeitura:
Aumentar os estoques de soro fisiológico nas unidades de Saúde.
Comprar umidificadores de ar para escolas na Freguesia do Ó, Brasilândia, Casa Verde, Cachoeirinha, Vila Medeiros, São Lucas, Sapopemba, São Rafael, M’Boi Mirim e Jardim Ângela.
O município também está com dez tendas da Operação Altas Temperaturas nas cinco regiões da cidade. As tendas funcionam entre 10h e 16h e, nelas, segundo a prefeitura, a população tem acesso a água, chás, sucos gelados e frutas, além de atendimento e orientação sobre os cuidados necessários com animais de estimação em dias de calor intenso.
Endereços das tendas:
Centro – Praça da República e Praça Marechal Deodoro;
Sul – Santo Amaro (Praça Floriano Peixoto x Rua Paulo Eiró) e Capela do Socorro (Praça José Boemer Roschel);
Norte – Santana (Praça Heróis da FEB, s/n) e Vila Maria (Praça Novo Mundo);
Leste – Guaianases (Praça Presidente Getúlio Vargas, s/n); Itaquera (Rua Dr. Luiz Ayres, s/n, junto ao metrô Itaquera); e Mooca (Praça Cid José da Silva Campanella);
Oeste – Lapa (Rua do Curtume, s/n – esquina com Guaicurus).
O governo de São Paulo divulgou também que reforçou o estoque de medicamentos e insumos para atender a população com problemas respiratórios.
A gestão afirmou que mantém o monitoramento contínuo dos estoques e insumos e todas as unidades de saúde para garantir o abastecimento.
Sintomas causados pela baixa umidade
Os sintomas mais comuns relacionados à baixa umidade são: ressecamento de mucosas que podem ocasionar complicações alérgicas e respiratórias, aumento de doenças respiratórias pré-existentes, como asma, bronquite, rinite e enfisema, sangramento pelo nariz, espirros, tosse, dificuldade para respirar. Pode ocorrer também o ressecamento da pele, irritação dos olhos, com vermelhidão, ardência, coceira e aumento das conjuntivites alérgicas.
Quando a umidade do ar estiver abaixo de 30%, algumas medidas podem ser adotadas para reduzir os impactos à saúde:
Evitar exercícios físicos ao ar livre;
Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e/ou recipientes com água;
Permanecer em locais arejados e protegidos do sol;
Hidratar-se com maior frequência;
Usar soro fisiológico nas narinas;
Usar solução lubrificante ocular;
Evitar aglomerações.
Qualidade de ar da capital
Nesta quarta (11) foi registrada a pior qualidade do ar da semana na capital, segundo as medições da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb).
Às 9h, o monitoramento apontava que o ar estavam com qualidade “muito ruim” em 10 estações espalhadas pela capital, enquanto que nas outras quatro, a classificação era “ruim”. No mesmo horário, na segunda-feira (9), eram seis estações com índice “muito ruim”, seis com “ruim” e uma com “moderado” — a do Capão Redondo não fez medição às 9h daquele dia.
Os principais poluentes responsáveis por esse cenário são as partículas inaláveis (MP10 e MP2,5). Elas são emitidas na atmosfera por diversas fontes, desde veículos e indústrias à queima de biomassa, o que tem ocorrido em alta escala com as queimadas que afetam o interior do estado e a porção Centro-Oeste do país.
Segundo a Cetesb, para que haja uma melhora na qualidade do ar, é preciso que os focos de incêndio sejam controlados e as condições meteorológicas mudem, favorecendo a dispersão dos poluentes que estão suspensos no ar. O tempo seco, agravado pela onda de calor que atinge parte do Brasil, atrapalha esse processo.
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