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Demétrius Oliveira Macedo foi preso por agredir a chefe durante o expediente, em junho de 2022. No ano passado, ele foi absolvido pela Justiça por ser considerado inimputável, mas, antes de ser liberado, precisará passar por um tratamento de três anos em um hospital psiquiátrico. A defesa pretende solicitar o relaxamento da medida para ele cumprir o tratamento em casa. Demétrius Oliveira Macedo agrediu a chefe na Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo
Reprodução/Redes Sociais
O procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 35 anos, que agrediu a chefe durante o expediente na Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, e apresentou episódios psicóticos de frangofilia enquanto estava preso, tem demonstrado melhora no comportamento desde que foi transferido para um hospital de custódia, onde cumpre a medida judicial de tratamento.
O advogado Marco Antônio Modesto, defensor de Demétrius, afirmou que, assim que possível, buscará a transferência do procurador para tratamento ambulatorial, com a solicitação de relaxamento da internação no hospital de custódia, para que ele possa ser submetido a intervenção domiciliar com acompanhamento médico.
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Em julho de 2022, o procurador agrediu Gabriela Samadello Monteiro de Barros com socos e chutes no local de trabalho. Após o caso, ele foi detido e internado em um hospital psiquiátrico devido a um comportamento narcisista e combativo. Posteriormente, foi submetido a julgamento
Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, Demétrius foi absolvido em 2023 por ser considerado inimputável, ou seja, incapaz de compreender a ilegalidade de seus atos. Após cumprir o período de tratamento e com laudos médicos atestando sua recuperação, ele poderá ser liberado.
O advogado afirmou que Demétrius está com o quadro clínico ‘muito melhor’ no tratamento realizado no Hospital de Custódia em Taubaté (SP). “Ele está internado ainda, porém recebe atendimento médico multidisciplinar com médico psiquiatra, psicólogos e demais especialistas e terapeutas”.
A expectativa de Modesto é que o cliente, por estar reagindo bem ao tratamento, passe para o atendimento ambulatorial. “Ele vem sendo atendido da forma correto no hospital de custódia, com atendimento médico psiquiátrico e medicação adequada para seu quadro de saúde”.
Os fatores acima, de acordo com o advogado, estão sendo importantes para que Demétrius não tenha apresentado mais nenhum episódio esquizofrênico paranoico, como vinha acontecendo enquanto esteve preso.
O advogado afirmou que os episódios anteriores no sistema prisional ocorreram porque Demétrius não estava recebendo o atendimento médico psiquiátrico adequado no sistema carcerário convencional.
Conforme apurado pelo g1 junto ao advogado de Demétrius, ele recebe visita dos familiares e convive com os demais pacientes internos no hospital de custodia.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que Demétrius está sendo atendido por uma equipe multidisciplinar, participa de atividades culturais e tem quadro de saúde estável.
Hospital de custódia
Desde a sentença, em junho de 2023, Demétrius esteve na ala ambulatorial da Penitenciária III de Franco da Rocha, mas em março de 2024 foi transferido para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) de Taubaté. O local é destinado às pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial que cometeram delitos.
Segundo Modesto, o procurador apresenta boa evolução do quadro psiquiátrico com uso da medicação. “A sentença determinou o prazo de 3 anos de tratamento. […] Demétrius vem aderindo bem ao tratamento médico desde que foi disponibilizado”. O tempo começou a contar na data em que foi publicada a sentença.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP) confirmou que Demétrius foi transferido em 6 de fevereiro ao hospital psiquiátrico para cumprir medida de segurança, mas que o período em que permanecerá custodiado está a cargo da Justiça.
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Procuradora foi agredida por diversas vezes no rosto por colega de prefeitura
Arquivo pessoal
Entenda o caso
A procuradora-geral do município de Registro foi agredida pelo colega dentro da prefeitura, onde os dois trabalhavam. Gabriela Samadello Monteiro de Barro ficou com o rosto ensanguentado após levar socos e pontapés.
A ação foi filmada por outra funcionária do setor. As imagens mostram o também procurador Demétrius Oliveira Macedo espancando a vítima. Ele foi preso dias depois, na manhã de 23 de junho, em São Paulo. A Justiça havia determinado a detenção dele no dia anterior.
Durante o ato criminoso, ele xinga a vítima diversas vezes e, inclusive, empurra demais profissionais que tentam impedir os golpes (veja o vídeo abaixo).
Vídeo flagra procuradora sendo brutalmente agredida por colega em prefeitura em SP
A decisão de absolvição de Demétrius foi da 1ª Vara da Comarca de Registro. No documento, obtido pelo g1, há o apontamento que ele recebeu o diagnóstico de cinco médicos diferentes. Segundo a Justiça, ele está em um hospital de custódia e deve permanecer internado por, no mínimo, três anos.
“Na presente condição, o acusado no processo penal, por mais que reconhecido tenha praticado fato típico e antijurídico, não pode ser responsabilizado penalmente, porque seu comportamento não pode ser tomado como crime, porque o agente não é culpável”, afirmou o juiz na decisão.
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