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Alicia Porto, hoje com 29 anos, foi o primeiro lugar em jornalismo em uma universidade particular em 2015. Estudante relembra trajetória até passar em primeiro lugar no vestibular.
Há dez anos, o nome de Alicia Porto surgiu no topo da concorrida lista de uma das maiores universidades do país. A jovem, à época com 19 anos, conquistou o primeiro lugar na prova do curso de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre.
Atualmente, é formada em jornalismo, atua na área da assessoria política e chegou, até mesmo, a se mudar para a Brasília. O g1 conversou com Alicia para descobrir, uma década depois, quais rumos a vida dela seguiu e o que passar em primeiro lugar significou na trajetória dela. Ela faz parte de uma série de reportagens que mostra como estão alunos “número 1” no Enem e vestibulares 10 anos depois.
O desafio de chegar ao topo
Alicia conta que nem sempre o primeiro lugar foi o objetivo dela. Tudo que ela queria era entrar em uma boa universidade. E como a PUC-RS concedia bolsa aos candidatos mais bem colocados em cada curso, ela decidiu de dedicar aos estudos para conseguir encabeçar a lista de aprovados.
“Não era o foco principal a PUC. Tinha esse negócio de querer passar na Federal [UFRGS]. Só que mesmo que eu tivesse condições, assim, eu sou de uma família de classe média baixa, talvez, não sei, a gente tivesse condições de se apertar e pagar uma universidade privada, mas meu pai sempre bateu muito na tecla de tentar uma educação gratuita”, afirmou a jovem.
Alicia Porto passou em primeiro lugar no vestibular da PUCRS
Arquivo Pessoal
Alicia terminou o ensino médio em 2012 e, nos dois anos seguintes, se dedicou a estudar para o vestibular, em cursos preparatórios. A rotina dela começava cedo e terminava após longas horas, com as aulas pela manhã e monitorias à tarde. Mesmo com bastante estudo, ela conta como o equilíbrio foi importante na trajetória dela.
“Toda sexta eu encontrava um amigo meu que também estava estudando na época, ele queria medicina, a gente se encontrava e fazia simulados juntos, ia discutindo depois, vendo o que cada um tinha acertado, discutindo o que a gente sabia para ajudar o outro, e daí, como recompensa, a gente passava a noite jogando videogame depois”.
Alicia Porto passou no vestibular em 2015
Arquivo Pessoal
Trajetória bem aproveitada
Alicia ingressou no curso de jornalismo em 2015, decidida a viver o máximo que a universidade poderia oferecer. Na graduação, destacou-se não apenas pelo desempenho acadêmico, mas também por sua atuação em atividades extracurriculares.
“Fui do centro acadêmico, fiz parte do movimento estudantil, fui coordenadora, fui representante de centro durante a minha trajetória também”, relembrou a jovem.
Além disso, ela também focou em se desenvolver profissionalmente, com estágios em diferentes áreas como assessoria de imprensa, laboratório de jornalismo com foco em texto e fotografia, além de também passar pela área do design.
“Conseguia não ficar tão preocupada em ter que me formar logo, em ter que conseguir um emprego. Eu sempre busquei estagiar mas, por muito tempo eu estagiei em um laboratório que não era remunerado”, conta Alicia.
Além da graduação, Alicia aproveitou o carinho pelos estudos na área e engatou um mestrado em Comunicação Social logo após a formatura na faculdade.
O futuro e novos desafios
Atualmente, Alicia Porto é jornalista em Brasília. Mesmo com o foco atual sendo no trabalho, Alicia ainda revela o desejo de seguir estudando.
“Eu quero fazer o doutorado em breve, mas também compreendendo que eu estou afastada nesses anos e os desafios da dinâmica de trabalho e de fazer a pesquisa junto, porque é um negócio que te toma muito tempo.”
Alicia se formou em Jornalismo em 2019.
Arquivo Pessoal
Na história de Alicia, o vestibular foi apenas o começo de uma trajetória marcada por dedicação, superação e transformação. E, para ela, o primeiro lugar conquistado há dez anos foi somente o primeiro passo de uma caminhada muito maior.
“Acho que a grande diferença foi eu conseguir ter cursado essa universidade sem pagar, né, como bolsista. Porque se eu não tivesse, não sei como seria. Eu acho que teria uma outra carga também, é isso. Eu acho que foi mais nessa perspectiva de oportunidades que consegui aproveitar e conseguir ter depois, por não ter esse gasto da universidade particular”, disse.
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