Dólar inicia pregão com investidores à espera de ata do Fed


No dia anterior, a moeda americana caiu 0,41%, cotada a R$ 5,6887. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, fechou quase estável, aos 128 mil pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar inicia o pregão desta quarta-feira (19), mais um dia de agenda econômica com poucos indicadores, na expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano) — que terminou com a manutenção dos juros no patamar entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
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No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,41%, cotada a R$ 5,6887.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,12% na semana;
recuo de 2,54% no mês; e
perdas de 7,95% no ano.

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Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve baixa de 0,02%, aos 128.532 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,26% na semana;
ganho de 1,91% no mês;
alta de 6,87% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
No Brasil, o mercado continua repercutindo os últimos números da economia. O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 3,8% em 2024, apesar de uma contração de 0,70% na atividade medida em dezembro.
Para este ano, especialistas esperam uma desaceleração da economia, refletindo os recentes aumentos da Selic (taxa básica de juros) — que atualmente está em 13,25% deve subir ainda mais nos próximos meses.
Juros elevados tornam o crédito mais caro, o que tende a reduzir o consumo das famílias, principal motor da economia.
“Ao longo de 2024, diversos fatores impulsionaram a atividade econômica, como a taxa de desemprego em mínimas históricas, aumento dos salários, melhores condições de acesso ao crédito e uma forte elevação dos benefícios sociais”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.
“Contudo, o último trimestre do ano passado já sinalizou um esgotamento desses fatores, diante de uma política fiscal e monetária mais duras.”
O boletim Focus — relatório semanal do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro — mostra uma redução nas expectativas para o PIB deste ano, de 2,03% para 2,01%. As projeções para a taxa Selic indicam que os juros podem chegar a 15% ao ano até o fim de 2025.
Mesmo com a perspectiva de juros altos por mais tempo, as projeções para a inflação anual também subiram, de 5,58% para 5,60% em uma semana.
Com esse número, a inflação está acima da meta do BC. A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é manter os 3% ao ano – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC precisa ajustar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo estabelecido. Para isso, a instituição olha para o futuro, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação para os 12 meses até meados de 2026. Para aquele ano, a expectativa para a inflação subiu de 4,30% para 4,35%. Foi o oitavo aumento consecutivo no indicador.
Além disso, a desaceleração da agenda de Brasília preservou o Ibovespa entre janeiro e fevereiro. Analistas do Citi também indicam que a pesquisa Datafolha que indica queda da popularidade de Lula e menor probabilidade de reeleição em 2026 ajudou a elevar os preços.
No exterior, a expectativa da semana é pela ata da reunião de janeiro do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que será divulgada na quarta-feira. Na ocasião, o comitê manteve inalterada a taxa básica de juros do país, na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano.
Na segunda, o diretor do Fed Christopher Waller disse que sua visão “base” é de que as novas restrições comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, terão um impacto modesto sobre os preços, enquanto o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, apoiou uma postura estável da política monetária.
Nesta terça, a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse que o BC dos EUA deve manter os custos dos empréstimos no nível em que estão até que o progresso da inflação seja mais visível.
“A política monetária precisa permanecer restritiva até… eu ver que estamos realmente continuando a progredir em relação à inflação”, disse, em uma conferência de bancos comunitários organizada pela American Bankers Association.

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