Suspeitos desocupar terreno e matar mulher são ouvidos pela polícia; secretaria não confirma prisão


Secretaria da Segurança disse que não poderia informar se homens foram liberados ou estão presos. Pasta também não responde se os suspeitos são ou não policiais, como se eles se identificaram no momento da ação. Polícia prende homens que expulsaram moradores de ocupação em Fortaleza
Os três homens detidos por suspeita de envolvimento na desocupação do terreno de uma fábrica desativada, que terminou com a morte de Ana Mayane dos Reis Severino, de 28 anos, no Bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, foram identificados e ouvidos pela polícia.
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A morte da moradora, que não morava no acampamento montado há cerca de 15 dias, gerou a revolta de populares, que atacaram ônibus e fecharam vias com barricadas com fogo em protesto.
Durante a ocorrência, a polícia capturou três homens encapuzados, em um carro particular, suspeitos de participação na desocupação do terreno.
Secretaria da Segurança não responde sobre o caso
Homens encapuzados foram presos após desocupação que terminou com morte de mulher em Fortaleza.
Reprodução
A identidade dos suspeitos não foi informada e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que não poderia confirmar se os homens ficaram presos ou foram liberados após prestarem depoimento.
“A PCCE segue apurando a participação dessas pessoas nos crimes. Mais detalhes serão repassados em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais em andamento”, disse a Secretaria da Segurança.
Conforme testemunhas, os homens encapuzados que retiraram os ocupantes do terreno se identificaram como policiais no momento da ação que terminou com a morte de Ana Mayane. O g1 questionou a Secretaria da Segurança se eles de fato são policiais, mas a pasta também se recusou a responder.
Enquanto eles estavam detidos no momento do crime, os três suspeitos foram mantidos encapuzados e sem algemas, com policiais próximos a eles.
Ainda segundo a pasta, as circunstâncias da morte de Ana Mayane está a cargo da 4º Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que realiza levantamentos para elucidar o caso. Já os ataques registrados na região são investigados pelo 1º Distrito Policial (DP).
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Em nota enviada ao g1, a empresa têxtil Fiotex, proprietária do terreno onde estava o acampamento desocupado, afirmou que no final da tarde da última sexta-feira (6), foi oficiada pela Polícia Militar que seu terreno no Bairro Carlito Pamplona estava sendo alvo de demarcação irregular.
Segundo a empresa, no mesmo dia foi registrado um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial e na madrugada de terça-feira adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal.
“Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas. A equipe foi surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores. […] A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas.”, informou a Fiotex.
Empresa dona do terreno diz que Polícia Militar acompanhou desocupação, mas corporação nega.
Thiago Gadelha/ SVM
Ainda conforme a Fiotex, um trator utilizado na ação foi destruído e incendiado, e dois colaboradores ficaram feridos.
A Polícia Militar disse que, sob a perspectiva das ações preventivas de segurança pública, oficiou a empresa proprietária do terreno que o mesmo estaria sendo alvo de demarcações irregulares, bem como orientou como a empresa proceder em caso de solicitação de medidas judiciais, portanto, legais.
Porém, a corporação negou ter acompanhado a operação de desocupação e falou que os agentes foram enviados ao local após o acionamento por meio do Ciops, já no período da manhã.
“Quanto à possibilidade da presença de viaturas e/ou policiais militares no local, anteriormente ao acionamento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), na manhã desta terça-feira (10), os fatos serão averiguados por meio do procedimento pertinente”, falou a Polícia Militar.
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