
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e comerciários enfrentaram a crise sanitária e o isolamento social. No dia 11 de março, completaram-se cinco anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia de Covid-19. Covid 5 anos: profissionais da saúde relembram período na linha de frente da pandemia
O avanço da Covid-19 a partir do início de 2020 transformou a rotina de profissionais da saúde e trabalhadores essenciais, que precisaram lidar com medo, incerteza e sobrecarga. No dia 11 de março, completaram-se cinco anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia.
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No Hospital Estadual de Bauru (SP), médicos e enfermeiros enfrentaram UTIs lotadas e momentos de exaustão. Em entrevista à TV TEM, Lucas Marques da Costa Alves, médico infectologista na unidade hospitalar, lembra o impacto do início da pandemia em sua rotina.
Profissionais da saúde e de serviços emergenciais relembram desafios na linha de frente da pandemia
Reprodução/TV TEM
“Quando surgiram os primeiros casos na China, a gente imaginava algo mais leve. Mas, quando o vírus começou a se espalhar pelo mundo, a escala foi assustadora. Aqui no Brasil, os casos cresceram exponencialmente, os hospitais encheram, e a gente não estava preparado para isso”, lembra.
Além disso, os profissionais de enfermagem estiveram em contato direto com as pessoas infectadas. Para a enfermeira Maria Beatriz Pereira, havia o medo enfrentado pela equipe de se infectar também.
“Muita gente no hospital não quis trabalhar junto com a gente por medo. Tinha pessoa com pais idosos, crianças em casa… Foi muito difícil”, conta.
Enfermeira Maria Beatriz Pereira contou sobre o medo enfrentado pela equipe de se infectar também
Reprodução/TV TEM
As características do vírus foram descobertas ao mesmo tempo em que ele era combatido. Na comunidade médica, as atualizações eram recorrentes. A alternativa encontrada pelo hospital foi criar um comitê de combate à doença para que toda a equipe estivesse alinhada quanto aos procedimentos a serem adotados.
A diretora executiva do hospital, Débora Maciel Rosa, conta que essa falta de informação era um dos fatores que gerava ainda mais apreensão.
“Fazíamos reuniões diárias para lidar com as dificuldades e apoiar uns aos outros. Muitos profissionais também estavam enfrentando perdas na família.”
O médico Lucas Alves relembra uma história marcante que vivenciou no hospital, agravada pela proibição de visitas nos hospitais.
“Tivemos um casal internado junto, e o filho vinha visitar. Infelizmente, os dois faleceram com um dia de diferença. Como as visitas eram virtuais, o filho não pôde se despedir pessoalmente”, conta o médico.
Farmácias e supermercados
Fora dos hospitais, o impacto da pandemia também era visível no comércio. As restrições obrigaram lojas a fecharem, mantendo apenas serviços essenciais, como mercados e farmácias. Elcio Schilder, gerente de uma rede de farmácias, havia acabado de inaugurar uma unidade em Bauru e conta que a adaptação precisou ser rápida.
“Inauguramos uma unidade em Bauru uma semana antes do lockdown. De repente, as ruas ficaram vazias e o medo tomou conta dos clientes e funcionários”, explica.
Para evitar aglomerações, a rede criou um sistema de drive-thru, que segue ativo até hoje.
“Muita gente tinha medo de entrar na farmácia, por ser um lugar que pessoas infectadas poderiam frequentar, então conseguimos oferecer o atendimento direto no carro”, lembra Elcio.
Farmácia de Bauru adotou sistema drive-thru durante a pandemia
Reprodução/TV TEM
Nos supermercados, os funcionários também precisaram se adaptar à alta demanda e ao risco de contágio. Cássia Cristini Bernadini, que trabalha como operadora de caixa, relembra a correria inicial.
“No início, teve aquele receio de ficar sem algum produto de extrema necessidade. Então, as pessoas vinham e já compravam uma quantidade até, mais ou menos, para poder estocar. Quando que a gente ia imaginar que a gente ia estar vivendo no meio de uma pandemia?”, disse a operadora de caixa à TV TEM.
Já a coordenadora de frios Priscila Melissa Ramiro conta que precisou se afastar da família para garantir a segurança deles.
“Minha filha morria de medo de que eu não voltasse para casa. Era insegurança total, não sabíamos se podíamos levar o vírus para dentro de casa.”
Supermercados em Bauru continuaram abertos durante a pandemia
Reprodução/TV TEM
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