Estudante é a primeira de Petrolina a se tornar astronauta análoga


Fabiana Silva, de 18 anos, concorreu a uma bolsa social com mais de 500 estudantes de todo o Brasil e foi selecionada junto a outras oito para fazer o curso em Brasília. Seu sonho é um dia sair da Terra. Fabiana, em prática de ‘Missão de Resgate’, durante a formação de astronauta, no Centro de Treinamento Espacial da WEA. Ela e os demais participantes usaram oxigênio controlado e roupas adequadas. Também fizeram a manutenção na aeronave e o resgate de um ‘astronauta em apuros’.
Andrew Wogel
Com o sonho de sair do planeta Terra, Fabiana Santos Amorim da Silva, de 18 anos, é a primeira de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a se formar como astronauta análoga. Ela concorreu a uma bolsa social do Centro de Treinamento Espacial da WEA (Wogel Enterprise Aerospace) com mais de 500 estudantes de todo o Brasil e foi selecionada junto a outras oito pessoas para fazer o curso em Brasília.
Fabiana é juazeirense, criada em Casa Nova, na Bahia. Em busca de melhores oportunidades, ela se mudou para Petrolina há 4 anos, onde mora com uma tia. No município, se formou Técnica em Química, pelo IFSertãoPE, e foi durante essa jornada, que despertou o interesse pela astronomia, começando pela Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
“Eu não conhecia nada do rumo da astronomia, eu vim de Casa Nova para poder estudar em Petrolina, então comecei fazendo a OBA e depois que saiu os resultados, eu tive uma brilhante conduta na prova e a partir dela surgiu uma bolsa de CNPQ. Depois disso, surgiu aquela vontade de aprender mais sobre o que eu tava fazendo. Foi quando comecei a entrar nos clubes de astronomia, entrar para o ‘caça-asteroide’ (iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o International Astronomical Search Collaboration, da NASA), começar a me dedicar nesse quesito da astronomia dos astros e hoje eu vim parar aqui, em Brasília”.
A formação teve duração de 8 semanas e contou com aulas como introdução e os desafios de um astronauta e biologia espacial. Entre as atividades práticas, estavam lançamento de foguete, simulação de aterrissagem com controles; primeiros socorros; oficina de construção de foguete com garrafa PET. A cerimônia de posse foi realizada no domingo (23).
Fabiana, ao centro, junto à equipe no Centro de Treinamento Espacial da WEA pós atividade de lazer, em que construíram foguetes de garrafa PET
Andrew Wogel
Além do conteúdo programático e das atividades práticas, a astronauta análoga aprendeu também que a formação é contínua e sempre terá algo mais a conhecer. Agora, o desejo dela é continuar estudando, seguir novas missões e realizar um grande sonho.
“E aí, tem a missão Antares, que é destinada às simulações para que, quando a gente for em Marte, a gente já tenha uma noção do que fazer. E essa missão está programada para agosto, e eu vou. A gente não tem ainda tudo definido, mas é uma missão na qual a gente vai colocar as condutas de um astronauta em prática e sobreviver somente com o necessário. Mas eu acho que para eu zerar o game, é só saindo daqui mesmo da Terra”.
Fabiana também criou a Liga Interamericana de Saberes Astronômicos, se tornou embaixadora Wogel Space Lab Brasil, onde se formou astronauta análoga, e da NASA, a partir de um convite feito por Tiago Marinho, geógrafo, especialista no ensino de astronomia e coordenador de uma empresa de intercâmbio de Recife, que possibilita o acesso de crianças de 11 a 17 anos para vivenciar uma imersão na NASA.
Ao g1, ele contou que encontrou Fabiana através de projetos de astronomia, como a Liga Latinoamericana de Astronomia (LIASTRA), em que ambos participam, quando ele fez o convite. O programa já conta com embaixadores no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraíba, Recife, Petrolina e no Ceará, cujos astronautas ministram palestras e desempenham outras atividades de divulgação atronômica.
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