Justiça do Rio condena Escola Americana, diretor e professora a indenizar ex-aluno por cyberbullying

Instituição de ensino terá que pagar R$ 30 mil a título de danos morais. Pais da vítima também serão indenizados. Procurada, a escola disse que nenhum setor poderia comentar o assunto. A Justiça do Rio condenou a Escola Americana do Rio, um diretor e uma professora a pagarem indenização, por danos morais, no valor de R$ 30 mil a um ex-aluno do colégio. O estudante foi vítima de cyberbullying. Cabe recurso da decisão.
A decisão é da 18ª Câmara de Direito Privado. Os pais do jovem também receberão indenização, de R$ 15 mil cada.
Segundo o processo, um aluno – filho de uma das professoras da escola e colega de turma da vítima – criou um perfil falso no Instagram para ameaçar e ofender outros colegas da escola.
A vítima passou a sofrer agressões e foi excluída socialmente do ambiente escolar, o que casou “severo impacto negativo em sua vida pessoal e de sua família”.
Para os pais do aluno atacado houve descaso e omissão da escola. O diretor teria ainda agravado a situação, mentindo sobre a postura da escola e omitindo informações relevantes.
Os pais também destacaram que a professora, mãe do agressor, “aproveitou-se de sua autoridade como docente” para constranger o filho, várias vezes.
Ainda de acordo com o processo, a escola também recusou a rematrícula da vítima e de sua irmã para o ano letivo de 2021.
Para o magistrado, os réus desqualificaram o caso e não adotaram medidas claras e efetivas para contornar a situação.
“Não há notícia da ação de medidas claras e efetivas, pela escola, para combate ao bullying sofrido pelo primeiro autor, ou para reparação ou mediação entre os envolvidos”, disse o relator do acórdão, desembargador Claudio de Mello Tavares.
“Em suas manifestações defensivas, a primeira ré limitou-se a alegar que não cometera qualquer ilícito, que o acontecido era nada mais do que uma ‘brincadeira de adolescentes visando atrair a atenção das meninas da classe’ e que o primeiro autor e seus genitores tinham o intuito de promover um ‘linchamento’ do aluno que havia praticado os atos”, completou.
Procurada pelo g1, a escola disse que nenhum setor da instituição de ensino poderia comentar o assunto.
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